A secretária adjunta de Qualidade Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Mauren Lazzaretti creditou a um conjunto de fatores, a exclusão do município de Querência (945 quilômetros de Cuiabá, na Região Noroeste do Estado), da lista dos 41 que mais desmatam a Amazônia.
A lista dos municípios campeões de desmatamento foi publicada nesta segunda-feira (25.04), no Diário Oficial da União (Portaria 139, do MMA). Querência, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), é o primeiro município de Mato Grosso a sair da lista. “Com a intensificação de ações no sentido de realizar um cadastramento em massa aliada a outras ações de monitoramento, fiscalização e responsabilização, contribuíram para reduzir os índices do desmatamento na região”, destacou ela.
Na lista do Governo Federal figuram 41 municípios que mais desmatam, 19 deles são mato-grossenses. Por estarem na lista, essas localidades são alvo de constantes ações de fiscalização ambiental, regularização fundiária e ações provenientes da Operação Arco Verde - que levam alternativas econômicas sustentáveis e promovem a conservação da floresta. A lista foi criada pelo Ministério do Meio Ambiente justamente para que eles tenham prioridade nas ações de fiscalização da devastação e em programas de criação de alternativas para a população que vive da exploração ilegal da floresta.
Para Maurren Lazzaretti “o exemplo de Querência além de ser um grande avanço é um incentivo para outros municípios mato-grossenses que ainda figuram como grandes desmatadores”.
Agora Querência, que entrou na lista em 2007, está entre os municípios com desmatamento monitorado e sob controle, e deverá ser priorizado para receber incentivos econômicos, fiscais, planos, programas e projetos da União, voltados para o seu desenvolvimento econômico e social, em bases sustentáveis.
O município conseguiu reduzir o nível de desmatamento significativamente nos últimos dez anos. Em 2000 o desmatamento registrado no município foi de 477,1 km². Em 2010 essa área desmatada já era de 21 km². A secretária adjunta de Qualidade Ambiental acredita que a adesão dos proprietários rurais ao Cadastramento Ambiental Rural (CAR), foi fundamental para esse resultado positivo. Hoje, 80,51% do território passível de licenciamento ambiental no município possui registro órgão estadual de meio ambiente. Esse percentual corresponde a 828.349,92 hectares.
Para o diretor do Departamento de Políticas de Combate ao Desmatamento do MMA, Mauro Pires, "o trabalho feito pelos produtores rurais de Querência com o apoio de várias organizações sociais em favor da recuperação de áreas desmatadas é mais um exemplo de que é possível sim conciliar produção agropecuária e a conservação do meio ambiente".
Alta Floresta (803 quilômetros de Cuiabá, na Região Norte do Estado), poderá ser o próximo município a ser excluído da lista. O município está próximo de conseguir atingir o número de 80% de sua área com Cadastramento Ambiental Rural na Sema. Hoje estão cadastrados no órgão ambiental 68,52% do território do município passível de licenciamento, percentual que corresponde a 612.991,31 hectares.
Confira a lista dos 41 municípios que mais desmatam a Amazônia, segundo o MMA
Amazonas: Lábrea
Mato Grosso: Alta Floresta, Aripuanã, Brasnorte, Colniza, Confresa, Cotriguaçu, Feliz Natal, Gaúcha do Norte, Juara, Juína, Marcelândia, Nova Maringá, Nova Ubiratã, Paranaíta, Peixoto de Azevedo, Porto dos Gaúchos, São Félix do Araguaia, Vila Rica
Maranhão: Amarante do Maranhão
Pará: Altamira, Brasil Novo, Cumaru do Norte, Dom Eliseu, Machadinho D´Oeste, Nova Bandeirantes, Marabá, Nova Mamoré, Novo Progresso, Novo Repartimento, Pacajá, Rondon do Pará, Santa Maria das Barreiras, Santana do Araguaia, São Félix do Xingu, Tailândia, Ulianópolis, Itupiranga
Rondônia: Pimenta Bueno, Porto Velho
Roraima: Mucajaí
(Com informações da Ascom/MMA)