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SEMA
Publicado: Segunda, 11 de Março de 2024, 16h37 | Última atualização em Segunda, 11 de Março de 2024, 18h22 | Acessos: 584 | Categoria: Notícias
Karla Silva/Sema-MT
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Entre os mil servidores lotados na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT), entre efetivos, comissionados, estagiários e contratados, mais da metade é mulheres, que ocupam cada vez mais funções estratégicas na preservação e defesa de um meio ambiente equilibrado, em cargos de gestão, nas fiscalizações e vistorias em campo, no planejamento de ações essenciais, como parte de Conselhos e Comitês e representando o público interno tanto na sede em Cuiabá como em alguma das nove Diretorias de Unidades Desconcentrada (DUDs).

 

 

Os Desafios do Trabalho em Campo

 

 

 

Bruna de Oliveira está na Fiscalização de Flora desde que entrou na Sema, em 2018, trabalho que considera importante para manter a floresta em pé e oferecer qualidade de vida para futuras gerações, além da oportunidade de conhecer diferente histórias no campo, que o escritório não proporciona. “Na minha equipe formada por fiscais e Policiais Militares na maioria das vezes sou a única mulher. É essencial que respeitem meu momento de fala, ouçam o que eu tenho a dizer, minhas opiniões. Muitas vezes o maior desafio está na própria mulher em saber a importância de seu trabalho, que executa com a mesma qualidade, força e eficiência”.

 

 

 

A analista ambiental Cecília Pinheiro também trabalha em campo fazendo vistorias e análise de processos de licenciamento ambiental em atividades como rodovias, loteamentos, aeroportos, pontes, esgotamento sanitário e complexos turísticos e cita que as dúvidas quanto a capacidade feminina desde guiar um veículo até os direcionamentos técnicos é o mais complicado. “Com os enfrentamentos vamos ganhando experiencia para sair das situações com diplomacia. O analista de licenciamento precisa ser um profissional múltiplo e não se fechar apenas em sua área de formação, sendo este um importante diferencial. Ir a campo da oportunidade de ter dimensão real do que é apresentado em projetos técnicos e ver a execução”.

 

 

A analista de Meio Ambiente Neusa Arenhart trabalha desde 2009 na Superintendência de Biodiversidade desenvolvendo atividades e projetos relacionados com a conservação dos animais silvestres e com os recursos pesqueiros. A bióloga se diz realizada com a função que exerce que é a luta pela vida. “É uma luta muitas vezes árdua que inclui desafios como adentrar na mata, atravessar corixos, enfrentar chuvas, atoleiros, dias forte de calor, noites em atividades de coleta, andar em trilhas abertas em lugares afastados na região do Pantanal, onde temos uma fauna potencialmente  poderosa.  Certamente alguns seres 'ferozes' já me viram sem eu mesmo saber que eles estavam lá”.

  

Funções Estratégicas Exercidas por Mulheres

 

 

Graziele Gusmão coordena a Gerência de Planejamento de Fiscalização e Combate ao Desmatamento, que por meio da observação de imagens de satélites e alertas emitidos pelo sistema planeja ações para coibir crimes contra a flora. Apesar de lidar diariamente com mais fiscais, policiais militares e gestores homens a sua equipe é em sua maioria formada por mulheres. “Somos 12 mulheres, no total de 18 pessoas, trabalhando diretamente no combate ao desmatamento ilegal de todo o Estado de Mato Grosso, tanto na autuação remota quanto no planejamento das operações das equipes de fiscalização em campo. O desafio é imenso, mas com muito esforço e dedicação se torna possível”.

 

 

A engenheira ambiental Gabriela Miranda é analista de meio ambiente na coordenadoria de Monitoramento de Cadastro Ambiental Rural (CAR), onde já esteve à frente da gerência. A equipe de análise é composta 58% por mulheres, porém a maioria dos produtores rurais e profissionais que lida diariamente são homens. “Sinto todos os dias que a maior dificuldade é a todo momento termos que ficar validando que chegamos aonde estamos por nossa capacidade técnica, méritos e dedicação, na maioria das vezes caminhando sobre uma linha tênue, de muitas abdicações. Trabalhar diretamente a favor do Meio Ambiente, buscar o desenvolvimento sustentável e assegurar às gerações futuras um meio ambiente de qualidade não é só uma realização profissional, é uma responsabilidade social”.

 

 

 

 

Primeira engenheira química a fazer parte do quadro da Sema em 1994, Alessandra Landgraf é servidora da Regional de Rondonópolis, onde atua na área de licenciamento ambiental, com análise de projeto e trabalho de campo para vistorias. Ela ressalta ser de um curso universitário em que os homens são maioria e de uma época em que a presença feminina em cargos de gestão não era tão comum, porém que esta realidade vem mudando. “Hoje a dificuldade para a mulher é bem menor por melhorias na legislação e na estrutura. A área ambiental é dinâmica, sempre em mutação, o que possibilita muitas aprendizagens e no interior é intensificado pelos técnicos atuarem em diversas áreas. Temos mulheres fantásticas e competentes na Sema, que traçaram um caminho de sucesso e soma esforços para um bem maior, o cuidar do meio ambiente”.

 

Representação Feminina em Conselhos e Comitês

 

 

Gabriela Priante iniciou sua carreira em 1994, como uma jovem estudante de biologia. Começou no laboratório de microbiologia medindo qualidade da água em uma época que as metodologias eram muito demoradas e a tecnologia escassa. Passou por diversos setores e hoje é Secretaria Executiva do Conselho Estadual de Pesca (Cepesca), onde a maioria dos conselheiros são homens. “As mulheres do conselho fazem um trabalho muito expressivo, são muito atuantes, tudo o que fui aprendendo nos lugares fui levando comigo incorporando os conhecimentos adquiridos. Tenho esperança nas gerações futuras, a esperança de um meio ambiente melhor pelo acesso a informações, tecnologias e conhecimentos das crianças de hoje”.

 

 

A analista de meio ambiente Aryadne Aquino, servidora da Gerência de Fomento e Apoio a Comitês de Bacia Hidrográfica, destaca que uma marca importante foi que a partir do reconhecimento da mulher como sendo protagonista na gestão da água e seu papel no campo político se adotou o equilíbrio de gênero na formação das mesas e sessões temática com o intuito de dar destaque e visibili dade aos trabalhos realizados por mulheres. “É possível verificar que estamos prosperando neste sentido, mas ainda há desafios a serem superados na questão de representação e desigualdade de gêneros em instâncias colegiadas. Dos 11 comitês de Bacias Hidrográfica, 4 são comandados por mulheres que exercem brilhantemente o seu papel na construção e implementação de políticas públicas relacionadas à gestão das águas”.

 

Trabalho com o Público Interno

 

 

Jane Aparecida da Silva é lotada na Gerencia de Saúde e Segurança do Trabalho, setor responsável pelas ações internas envolvendo qualificação e bem-estar dos servidores da Secretaria.  A Técnica de Meio Ambiente e educadora ambiental, que completou três décadas de trabalho na Sema, já passou pelos setores de fiscalização e trabalhou por muitos anos na educação ambiental, implementando Projetos e Programas ambientais nos municípios. “Amo trabalhar com capacitações. Este é o terceiro ano que estou coordenando o Projeto ‘Ambientação para os Novos Servidores da Sema’ que tem como objetivo apresentar aos novatos o trabalho na secretaria e o sentimento de pertencimento rumo ao alcance da nossa missão que é implementar Políticas Públicas, visando a conservação ambiental para a sustentabilidade".

 

Gestão Feminina

 

 

A frente da Sema desde 2019, a secretaria de Estado de Meio Ambiente Mauren Lazzaretti tem em sua gestão outras duas secretarias em cargos adjuntos, entre os quatro existentes, Luciane Bertinatto e Lilian Ferreira. Neste mês, em que as mulheres são lembradas por suas lutas e conquistas, Mauren exalta as mulheres da equipe da Sema que estão em Cuiabá e nas regionais e que se dedicam diariamente para o desenvolvimento sustentável no estado de Mato Grosso.

 

"As mulheres da equipe são essenciais para que as missões do órgão sejam cumpridas. Sabemos dos desafios diários enfrentados e reforçamos o compromisso que temos em valorizar o papel da mulher na Sema. As servidoras da Sema fazem a diferença na preservação do meio ambiente e no trabalho para um estado melhor para as próximas gerações".

 

Texto: Renata Prata

 

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