Conforme o coordenador de Unidades de Conservação da Sema, o capitão da PM Jean Holz, a regulamentação do uso público visa disciplinar a visitação das cachoeiras e demais pontos turísticos tradicionalmente frequentados. O objetivo é oferecer melhor estrutura de segurança às pessoas, além de permitir a conservação da biodiversidade do parque.
“É importante os moradores da cidade participarem dessa discussão porque se trata de um parque de grande potencial turístico do Estado. Além disso, eles poderão contribuir para construção de um planejamento de acordo com seus anseios e necessidades, respeitando os limites da natureza”, avalia Holz.
A regulamentação do uso público faz parte do plano de ação para implantar de forma efetiva a unidade e atende a Cláusula sétima do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) n° 005/2017, firmado entre o Estado de Mato Grosso e o Ministério Público do Estado (MPE).
Plano de ação
A demora de 20 anos para a implantação efetiva do Parque Estadual Serra de Ricardo Franco gerou várias reuniões envolvendo MPE, Governo do Estado, Assembleia Legislativa e produtores que possuem propriedades na área, mas agora unifica esforços para a garantia da preservação ambiental e também da exploração sustentável dos recursos naturais da região.
Esses debates resultaram no TAC que prevê a elaboração de um plano de manejo florestal em 21 meses; realização de diagnóstico fundiário num prazo de 14 meses, com a apresentação posterior de um cronograma para regularização fundiária dos imóveis e desocupação das áreas ocupadas irregularmente; georreferenciamento e sinalização do entorno do parque, realização de atividades de fiscalização, criação de um conselho consultivo e a normatização do uso público do local, entre outras.
Sobre o parque
O Parque Serra de Ricardo Franco é uma unidade de conservação que pertence ao grupo de proteção integral, ou seja, no espaço pode ser feito apenas o uso indireto com ações de turismo ecológico, com passeios, trilhas e educação ambiental.
Foi criada pelo decreto nº 1.796, de 4 de novembro de 1997. Possui 158,6 mil hectares de extensão, contendo em seu interior centenas de cachoeiras, piscinas cristalinas, vales e uma vegetação que reúne floresta Amazônica, Cerrado e Pantanal, com espécies únicas de fauna e flora, algumas ainda desconhecidas da ciência. Também fica nele a cachoeira do Jatobá, a maior do Estado, com 248 metros de queda. Faz divisa com o Parque Nacional de Noel Kempff, em Santa Cruz, Bolívia, que é umas das referências mundiais em trilhas de longo percurso e de aventura.