A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) planeja criar uma rede de pesquisa na área de manejo de floresta nativa em Mato Grosso, com a proposta de tornar as análises e decisões mais precisas, atualizadas e robustas. O objetivo é integrar ações das principais instituições de pesquisa e entidades do setor para viabilizar conteúdos de qualidade e assim promover o aumento da competitividade da floresta em relação aos usos alternativos do solo.
De acordo com a secretária adjunta de Licenciamento Ambiental, Mauren Lazzaretti, a efetivação dessa proposta significa ganho de conteúdo imensurável ao setor. “Temos o conhecimento do técnico que vai a campo. Com esse grupo, além das informações desse técnico, teremos embasamento científico, o que fortalecerá nosso trabalho”.
Ela informa que a rede deve ser formalizada ainda este ano por meio de uma portaria que será publicada no Diário Oficial, onde constará um termo de cooperação técnica com as entidades. “É importante esclarecer que este trabalho não é remunerado e visa somente desenvolver pesquisas para agilizar a eficácia do trabalho desse setor”.
O analista do meio ambiente da Sema e coordenador do grupo, Marcos Antônio Camargo Ferreira, explica que a iniciativa de criar uma rede de pesquisa surgiu da necessidade de reunir as dissertações e monografias existentes sobre manejo de floresta nativa para subsidiar os trabalhos do setor e também a política florestal do Estado. “Atualmente temos pouca participação da academia e queremos trazê-la para perto de nós, com o intuito de desenvolver conjuntamente novas pesquisas que servirão como ferramentas para o monitoramento e o licenciamento ambiental”.
Os parceiros têm se reunido desde o ano passado, mas a proposta de criação do grupo foi oficializada na reunião que ocorreu no dia 24 de maio, no auditório da Sema, em Cuiabá.
Funcionamento da rede
Conforme Marcos Antônio, a rede será coordenada pela Sema e funcionará em um formato de comitê gestor. Além da secretaria, participarão do grupo representantes do setor produtivo: Centro de Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem); da área técnica - Associação Mato-grossense de Engenheiros Florestais (Amef); do terceiro setor - ONF, empresa especializada na gestão florestal e o Instituto Centro de Vida (ICV). Os representantes da área de pesquisa serão a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) de Cuiabá e Sinop; a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária de Sinop (Embrapa Agrossilvipastoril); o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) e a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).
Cada instituição indicará dois membros, dos quais um titular e outro suplente. O comitê gestor se reunirá em pelo menos duas ocasiões anuais com o objetivo de planejar e definir as ações da rede. “Assim que a rede estiver instituída vamos desenvolver pesquisas, experimentos, procurar artigos científicos produzidos e publicados em periódicos nacionais e internacionais para subsidiar o trabalho da equipe, tomar nota das monografias, dissertações de mestrado, teses de doutorado e pós-doutorado existentes, fazer o levantamento de livros publicados sobre manejo de floresta nativa, realizar eventos para divulgar o grupo, entre outras coisas que possibilitam a otimização das análises com resultados eficientes”.
Para o professor de Engenharia Florestal da Unemat Alta Floresta, Júlio Cesar Wojciechowski, essa é uma oportunidade para a faculdade contribuir com solução para esta área importante para a economia do Estado. O mesmo avalia o vice-presidente da Associação Mato-grossense de Engenheiros Florestais (Amef), Benedito Carlos Almeida, que acredita no potencial dessa parceria e deseja mais celeridade no processo de manejo. “Há alguns projetos sem fundamentação aprofundada que travam o crescimento do setor florestal e com essa rede vamos processar toda informação e analisá-las para que não haja esse tipo de dificuldade”.