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SEMA
Publicado: Sexta, 29 de Maio de 2015, 21h03 | Última atualização em Sexta, 12 de Julho de 2019, 15h46 | Acessos: 244 | Categoria: Notícias
Chico Valdiner/Gcom/MT
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Secretária, Ana Luiza Peterlini em reunião com os representantes dos Governos dos Estados da Amazônia Legal

Os secretários do Meio Ambiente dos nove estados da Amazônia Legal estiveram reunidos na manhã desta sexta-feira (29.05) no Palácio Paiaguás, em Cuiabá, durante a décima edição do Fórum dos Governadores para debater políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável da região, que segue até o final da tarde.

Os governadores assinarão, às 17h, a 'Carta Cuiabá' que posteriormente será entregue ao Governo Federal com o intuito de obter mais investimentos para a redução do desmatamento ilegal e outras políticas públicas nesta região.

 

Para a secretária de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso, Ana Luiza Peterlini, esta é uma oportunidade importante para articular politicamente compensações financeiras pela redução no desmatamento, além do Fundo Amazônia, que foi criado para promover os estados ou Organizações Não-governamentais (ONGs) nessas iniciativas.

A proposta é ter uma política de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal (REDD+) brasileira forte e integrada, que possa captar recursos em outros países ou vindo de outras fontes. "Houve uma redução de pelo menos 80% do desmatamento nos últimos 10 anos na Amazônia e também em Mato Grosso, é importante ressaltar esses números porque normalmente as divulgações só ressaltam os aspectos negativos. É evidente que ainda existe desmatamento, mas a diminuição foi bem significativa, e isso já deve ser compensado, pelo que reduzimos e pelo que já se comprometeu a preservar".

Conforme a diretora de projetos do Secretariado do GCF (Fórum Global dos Governadores para Clima e Floresta), Collen Lyons, é de extrema importância a união de esforços dos estados para mostrar as ações concretas que já estão realizando, para no futuro receber recursos e benefícios por essas ações. "Quando estão alinhados ganham força, poder, trocam informações sobre os trabalhos desenvolvidos".

Ela acrescenta que esses estados colocam o Brasil na vitrine internacional, porque representam a floresta amazônica e as reduções dos desmatamentos impactam diretamente na diminuição das emissões de gás carbônico na atmosfera, reduzindo impactos na alteração climática mundial. "Nós estamos apoiando este alinhamento subnacional e nacional para que o Brasil possa mostrar ao mundo que há uma aliança interna, pois isso é fundamental para pleitear recursos de outros governos e parcerias com setor privado". No Brasil, seis estados integram o GCF: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará e Tocantins.

O secretário de Estado de Meio Ambiente do Acre, Carlos Edgard de Deus, secretário-executivo do Fórum dos Governadores da Amazônia Legal, pontua que a elaboração conjunta da 'Carta Cuiabá' é um instrumento de peso na capitação de milhões de reais para a redução do desmatamento. Ele reconhece os esforços dos estados e também do Governo Federal, mas avalia que este é um tema que precisa de uma estratégia nacional para que a política REDD+ avance e que a distribuição dos recursos seja justa entre os estados. "Atualmente a repartição dos benefícios não está sendo justa, por isto estamos reunidos para abrir este diálogo junto ao Ministério do Meio Ambiente". Além disso, outras questões importantes serão colocadas, como a realização de grandes obras, entre elas, hidrelétricas para geração de energia ao país e construção de estradas.

O Governo do Acre hoje é pioneiro na experimentação do mercado de REDD+, já recebeu cerca de R$ 30 milhões do banco alemão KfW para investir em ações de redução do desmatamento. O objetivo é que com esta experiência positiva haja uma linha de financiamento para os demais estados.

Entre os anos de 2006 e 2013, nos estados amazônicos, foi verificada uma redução do desmatamento de 8,6 milhões de hectares, correspondente a 4,2 bilhões de toneladas de gás carbônico, que deixaram de ser emitidas para a atmosfera. Essa marca supera a redução de qualquer país desenvolvido ou em desenvolvimento. Essa redução equivaleria a pelo menos R$ 12,6 bilhões em recursos que seriam aplicados nesta região amazônica como retorno pelo esforço empreendido.

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