Um país bonito por natureza quer mostrar que é possível realizar um evento desta magnitude com o menor impacto ambiental possível. E deixando ainda um legado social por meio do envolvimento das comunidades. Uma agenda de sustentabilidade já vem sendo adotada por todos os ministérios e órgãos públicos estaduais envolvidos nos preparativos para a Copa.
Cuiabá foi escolhida uma das cidades-sede do Mundial da Fifa pela oportunidade de mostrar ao mundo nosso patrimônio ambiental. Nada mais natural, portanto, que a Copa em Mato Grosso lidere este esforço nacional pela sustentabilidade em todas as ações. E a sustentabilidade já está em campo aqui, antes mesmo do apito inicial. A Arena Pantanal, item número 1 para a realização do evento, é um exemplo de construção ambientalmente sustentável.
A preocupação começou ainda no projeto, contratado pelo Governo do Estado em 2009 junto à GCP Arquitetos. O projeto da Arena Pantanal foi premiado com a medalha de ouro na categoria Empreendimentos Públicos do The Americas Property Awards 2010, oferecido pela Americas Property Awards em parceria com a Bloomberg Television e o Google.
O novo estádio cuiabano se destacou pela presença de um conjunto de itens para redução do consumo energético e para armazenamento e reuso da água das chuvas, além da arborização interna e no seu entorno.
O reconhecimento internacional se deu por conta do comprometimento da obra com a sustentabilidade, a responsabilidade sócioambiental e a requalificação urbana que ela irá produzir na cidade de Cuiabá.
O projeto da Arena Pantanal pode ser considerado modelo no que se refere à responsabilidade sócioambiental. A ponto de ser um dos quatro estádios brasileiros a requerer a certificação LEED - selo que designa as construções sustentáveis, de acordo com os critérios de racionalização de recursos de energia e água.
Por priorizar conceitos de sustentabilidade ainda no projeto, a Arena de Cuiabá é um dos quatro estádios brasileiros que estão em pleno processo de obtenção do certificado. A certificação “verde” é conferida pela Green Building Council, por meio do LEED – Leadership in Energy and Environmental Design (ou Liderança em Design de Energia e Meio Ambiente).
O certificado assegura que a obra usa água de forma responsável, é energeticamente eficiente e só utiliza materiais que não espalham pegadas de carbono por aí. O Consórcio Santa Bárbara-Mendes Júnior, contratado pela Agecopa para a construção da Arena, vem adotando uma série de medidas recomendadas pela norma.
CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL
Para colocar em prática todos estes conceitos de obra sustentável, a construção da Arena Pantanal vem adotando várias medidas como reaproveitamento de água, captação e tratamento de esgoto, coleta seletiva de materiais, limpeza sistemática dos veículos que atuam no canteiro, eliminação da poeira e redução da poluição sonora.
Nenhum detrito da demolição do antigo Estádio José Fragelli foi descartado, o que evitou a poluição de outras áreas. Todo o material de alvenaria foi reciclado e adicionado para aterragem do solo. Metais também foram reciclados em siderúrgicas e reutilizados como insumo na obra.
Também a utilização da madeira no canteiro de obra é objeto de atenção especial. Toda ela tem origem controlada e é certificada pelos órgãos de controle ambiental. Mesmo assim a preocupação é usar o mínimo possível de madeira, o que vem sendo obtido usando pré-moldados com estruturas metálicas em quase todo o projeto.
O projeto de consumo e reuso da água inclui a captação de água pluvial, possibilitando uma redução de 40% no consumo dentro da obra. Boa parte da água consumida no canteiro de obra é fruto de reuso. São dois tanques com capacidade para 2.500 litros, onde é feita a decantação e filtragem da água usada no processo. Essa água é usada em parte na cura do concreto e na lavagem dos caminhões betoneiras, voltando novamente aos tanques de decantação para novo ciclo.
Uma miniestação de efluentes foi construída no canteiro para captar o esgoto originário dos banheiros e de outras atividades desenvolvidas. Todo o projeto de construção da nova Arena não prejudicará o sistema hídrico e o lençol freático.
PARÂMETROS ECOLÓGICOS
Para amenizar o calor das pavimentações cobertas e das áreas relacionadas serão instalados pisos e coberturas que atenderão aos parâmetros LEED. As paredes da Arena serão pintadas com tintas livres de VOCs (componente orgânico volátil) e cerâmicas ou porcelanatos com algum grau de material reciclado em sua composição.
Para a área externa da Arena, como na praça de acesso, será utilizado piso em placas de concreto com SRI (Solar Reflectance Index) 29, e alguns pisos permeáveis, tais como, concrebrita, seixos e cobertura vegetal, evitando desta forma ilhas de calor e contribuindo com a drenagem natural das águas de chuva.
A Arena Pantanal terá 12 elevadores. Neles estão previstos comandos eletrônicos e sensores de presença para desligar as luzes quando parados. Além disso, os elevadores devem ser programados para economizar os percursos a serem percorridos.
O paisagismo da Arena será realizado com espécies nativas, exemplares da Mata do Cerrado e Floresta Amazônica, uma vez que a região de Cuiabá possui estas espécies de vegetação, eliminando assim a necessidade de irrigação artificial.