Belém, PA - Os governadores e vice-governadores que representam os nove estados que fazem parte da Amazônia Legal e estão reunidos nesta segunda-feira (26.03) em Belém (PA), destacaram a importância da união dos estados, não só na elaboração de um documento para a conferência Rio +20.
Os governantes falaram sobre as dificuldades das regiões e a necessidade de se alcançar o desenvolvimento, aliado a preservação.
O governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, disse que é favorável que os estados se apresentem juntos na Rio +20. O governador lembrou que Mato Grosso é um Estado diferente dos demais, que é o maior produtor de grãos e algodão do País. “Nós precisamos reconhecer as diferenças regionais na hora de elaborar esse documento”, disse. Para ele, todo o País está preocupado com a Amazônia.
O chefe do Executivo estadual do Pará, Simão Jatene, assinalou que o sistema fiscal do País é perverso com os estados produtores de recursos naturais. Para ele, é preciso pôr o discurso do desenvolvimento sustentável em prática. “É uma grande bobagem pensar em produzir de todo jeito, assim como pensamento de preservar a todo custo. Se tivermos competência, podemos mostrar que é possível produzir e preservar na Amazônia, respeitando a diversidade de cada Estado”.
Para Jatene, a modernização da região passa por uma tripla revolução: a revolução pelo conhecimento, a revolução pela produção e também a revolução pelas novas formas de gestão de governança. “É preciso se aproximar da população e das administrações locais", completou.
O governador do Acre, Tião da Viana, lembrou que os estados têm muito em comum e que precisam discutir o que vão fazer e como vão se unir. “Todos estamos interessados no fortalecimento da Amazônia e faltam políticas para essa região”, disse. Ele sugeriu que seja retomado o Conselho Nacional de Crescimento Sustentável da Amazônia.
Para o governador do Amazonas, Omar Aziz, os estados não precisam apenas da Rio +20 para resolverem seus problemas. Ele lembrou das dificuldades com a questão da regularização fundiária e também da saúde. “Nós temos que ter respostas para amanhã, não podemos depender dos outros países, disse”.
Já o governador de Roraima, José Anchieta Júnior, destaca que o Brasil hoje tem um papel mais importante no mundo e que a Amazônia é um patrimônio do povo brasileiro. Para ele, a Rio +20 não trará a solução de todos os problemas, mas servirá para mostrar ao mundo o que a região tem feito. “Os 25 milhões de brasileiros que vivem aqui, precisam sobreviver de forma sustentável”.
Neste momento os seis governadores e três vice-governadores que participam do encontro estão reunidos para discutir a construção da agenda amazônica, rumo a Rio +20.