O Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) está recebendo nesta quinta-feira (07.06), por meio do Banco Mundial uma premiação do governo dos Estados Unidos/Departamento do Tesouro, como um projeto especialmente notável e de grande impacto.
O Arpa é responsável pelo apoio a 95 unidades de conservação (UCs), que protegem 52 milhões de hectares da Amazônia, prioritariamente as Unidades de Conservação Federais, mas também as UC’s Estaduais. Além disso, encontra-se em fase de criação outras 17 áreas, o que totalizará 58 milhões de hectares protegidos na Amazônia. Até 2015, o programa deverá superar a meta de 60 milhões de hectares em unidades de conservação.
Em Mato Grosso, o projeto investe na implementação e gestão de Unidades de Conservação importantes para a preservação e conservação do Bioma Amazônia como os Parques Estaduais do Xingu, do Igarapés do Juruena e do Cristalino, além da Estação Ecológica Rio Ronuro (na primeira fase), com a inclusão recentemente , na segunda fase do programa da Reserva Extrativista Guariba Roosevelt, a Estação Ecológica do Rio Roosevelte e do Parque Estadual da Serra de Ricardo Franco. O programa ainda estuda a criação de mais tres UC’s no Estado.
A “Homenagem Impactos do Desenvolvimento”(Development Impacts Honor) está sendo lançada este ano e o Arpa, ao lado de mais três projetos, foi escolhido entre 58 inscritos para receber a premiação.
A diretora gerente do Banco Mundial, Sri Mulyani, receberá o prêmio em um evento que acontece em Washington onde também estarão presentes membros do Congresso dos EUA, representantes de agências do governo americano, e da ampla comunidade envolvida na agenda do desenvolvimento, além do coordenador do Arpa no Ministério do Meio Ambiente, Trajano Quinhões.
“Esse reconhecimento internacional do Arpa é consequência do comprometimento do Brasil com uma política de conservação ambiental e de um trabalho dedicado de todos os parceiros do programa”, afirmou o coordenador do Programa Amazônia do WWF-Brasil, Mauro Armelin.
O coordenador avaliou os resultados do Arpa como animadores e disse que agora é preciso olhar pra frente a fim de garantir recursos para que as unidades de conservação da Amazônia continuem cumprindo seu objetivo de preservar nossos recursos naturais e contribuir para a qualidade de vida da população da região.
“Ficamos muito satisfeitos com a premiação. O Banco Mundial está sendo homenageado pelos resultados conquistados pelo Arpa. O Banco Mundial é um dos financiadores do programa e é também um dos seus idealizadores”, destacou Trajano Quinhões.
ARPA - O Arpa é o maior programa de conservação da biodiversidade em florestas tropicais do mundo e seu objetivo é apoiar a criação e a consolidação de um conjunto de unidades de conservação em áreas prioritárias da Amazônia brasileira.
Criado em 2002, o programa foi anunciado na conferência mundial do ambiente "Rio +10", em Joanesburgo, na África do Sul. A primeira fase do programa aconteceu entre 2002 e 2009, durante a qual 63 unidades de conservação foram criadas e implementadas, em mais de 32 milhões de hectares.
O programa é desenvolvido por meio de uma parceria entre o Governo Federal do Brasil, Ministério do Meio Ambiente, Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio), governos da Amazônia Brasileira - Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Rondônia, Pará e Tocantins -, a WWF-Brasil, Cooperação Brasil/Alemanha, GTZ, KfW, Banco Mundial, GEF, Funbio, Fundo Amazônia e BNDES.
Ao contribuir para a expansão e consolidação do sistema de unidades de conservação na Amazônia brasileira, o Arpa apoia fortemente as ações de prevenção do desmatamento. Segundo informações do programa, as unidades de conservação apoiadas apresentam índices menores de destruição florestal do que as que estão fora do programa.
Sendo assim, o programa é fundamental para evitar a emissão de gases de efeito estufa. “Em 13 áreas protegidas pelo programa Arpa, entre 2003 e 2007, temos estudos que comprovam que deixamos de emitir 430 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera”, citou a vice-presidente do Banco Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, Rachel Kyte.
Ela explica que foram investidos 84 milhões de dólares durante toda a primeira fase do Arpa (2003-2010). “Se cada tonelada de carbono equivale a 5 dólares, até 2050 isso significará 2,2 bilhões de dólares. Se pensarmos em um cálculo anual, o custo para a redução das emissões no período é de 54 milhões de dólares”, explicou a vice-presidente.
O programa também protege uma amostra considerável da biodiversidade do Brasil. Em apenas 39 unidades de conservação apoiadas pelo programa, foram encontradas mais de oito mil espécies de plantas e animais, das quais 107 estão ameaçadas de extinção.
O ARPA NA RIO+20 - No dia 18 de junho, na Rio +20, o WWF-Brasil, o Funbio e a Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, por meio do Departamento de Áreas Protegidas, realizam um evento para apresentar os resultados do maior programa de conservação terrestre do mundo e sua importância para a ampliação e consolidação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) no bioma Amazônia.
Durante o evento, que contará com a presença do secretário de Biodiversidade e Florestas, secretárias-gerais do WWF-Brasil e do Funbio, além de representantes do BNDES, KfW, Banco Mundial, GEF, Fundação Gordon e Betty Moore e Linden Trust for Conservation, serão debatidas as metas do programa, os arranjos de gestão e os seus resultados de conservação.
Além disso, o WWF-Brasil, o MMA e o Funbio apresentarão no evento a iniciativa “Compromisso com a Amazônia - Arpa para a vida”, que pretende garantir as ações do programa para os próximos anos.
SERVIÇO - RIO+20
Dia: 18 junho de 2012 (segunda-feira)
Horário: 17h00
Local: Arena da Barra, Rio de Janeiro, Auditório ARN-2
Avenida Embaixador Abelardo Bueno, 3401. Barra da Tijuca. Rio de Janeiro - Brasil
(Com informações da Assessoria/WWF Brasil)