Aconteceu no último sábado (07.05), uma visita técnica no Centro Regional de Pesquisa e Transferência de Tecnologia da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), no município de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá), para apresentar espécies florestais selecionadas para o reflorestamento no Estado.
Durante quinze anos, foram avaliadas 23 espécies nativas e 7 exóticas e o maior volume de madeira foi obtido com as árvores de Eucalipto grandis, fava barriguda, paricá, bajão, tatajuba e parapará.
A silvicultura encontra-se em fase embrionária em Mato Grosso, representando menos de 2% do território. A teca, seringueira (produção de látex) e eucalipto predominam nos plantios. O pesquisador da Empaer, Eliazel Vieira Rondon, implantou o experimento em 1996, para avaliar o diâmetro das árvores, índice de mortalidade, volume de madeira e incidência de pragas e doenças. Ele observou que a teca mostrou baixo índice de sobrevivência em torno de 2,7%. “Conforme literatura, a teca tem um crescimento excelente em solo com PH acima de 6,5”, destaca Eliazel.
Durante a avaliação das espécies florestais o Pinho Cuiabano apontou índice de sobrevivência de 9,4%, considerado baixo e teve ataque de doenças. O Eucalipto citriodora apresentou mortalidade de 81,3% e as plantas foram atacadas por doenças como, gomose, cancro e pau-preto. Já o Eucalipto grandis resultou na sobrevivência de 40% das plantas. As espécies que tiveram maior rendimento para reflorestamento em área aberta foram bajão e a fava barriguda com maior diâmetro da planta e índice de mortalidade abaixo de 20%. Conforme Rondon, as espécies bajão e fava barriguda são utilizadas para confecção de móveis, brinquedos e compensados.
Segundo Eliazel, as espécies florestais que obtiveram mais de 50% de mortalidade não devem ser relacionadas para participar de um reflorestamento com fins lucrativos. As que apresentaram mortalidade abaixo de 20% foram: aroeira, fava barriguda, tatajuba, peroba mica, castanheira, seringueira, Angelim saia, louro preto, pau ferro e bajão. O que surpreendeu o pesquisador foi o comportamento das espécies mais plantadas no Estado que tiveram um comportamento abaixo do esperado.
A pesquisa será desenvolvida também na Baixada Cuiabana com as espécies que tiveram bons resultados – bajão e fava barriguda. “Precisamos pulverizar essas espécies em todos os ecossistemas e acompanhar o comportamento das plantas, declara Rondon. O evento foi direcionado para empresários do setor madereiro e estudantes de engenharia florestal e biologia.
Participaram da visita técnica o presidente da Empaer, Enock Alves dos Santos, Secretário de Agricultura de Sinop, Clovis Sanches, coordenadora de pesquisa da Empaer, Eliane Maria Forte Daltro, coordenador do Centro Regional de Pesquisa e Transferência de Tecnologia da Empaer, Sebastião de Campos Filho, coordenador regional da Empaer, Márcio Eduardo Cruz, engenheiro florestal da Empaer, Antônio Rocha Vital, professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Dirceu Miranda, engenheiro florestal, Jaldes Lander, técnicos e pesquisadores. A visita também aconteceu no viveiro- Flora Sinop.