Definir os eixos estratégicos do Plano de Desenvolvimento de Longo Prazo (MT+20) para os próximos 20 anos. Esse é o objetivo da 2ª Oficina de Atualização do MT+20 que começou, na tarde de segunda-feira (28.03), no Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá.
A secretária-adjunta da Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral (Seplan), Regiane Berchieli, fez a abertura do evento e deu as boas-vindas aos participantes, ressaltando a importância da presença e contribuição de todos no processo de atualização do MT+20.
Até a próxima quinta-feira (31.03), técnicos de diversos órgãos e entidades do Governo do Estado, pesquisadores, acadêmicos, representantes de movimentos sociais, representantes da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto Patrimônio Artístico Nacional (Iphan/MT), Sebrae, Organizações Não-Governamentais (ONGs) e sociedade civil organizada, estarão discutindo os Cenários - mundiais, do Brasil e de Mato Grosso - e a partir da revisão e atualização das oportunidades e ameaças dos cenários externos, formular ações estratégicas para compor o Plano de Desenvolvimento de Longo Prazo de Mato Grosso.
De acordo com a coordenadora do MT+20, Luceni Grassi, nesta segunda oficina as estratégias consolidadas no Plano de Desenvolvimento de Mato Grosso deverão orientar as ações para os próximos 20 anos, "isso significa que as ações planejadas serão consolidadas em programas e projetos os quais deverão constar já no próximo PPA (2012-2015), de modo a trilhar um novo ciclo de desenvolvimento", informou Luceni.
Para o diretor da faculdade de Economia da UFMT, Fernando Tadeu de Miranda Borges, "o momento é importante e de grande responsabilidade social e empresarial, porque se trata de um plano de governo, de Estado, e que certamente interfere nas relações macro e micro econômicas a curto, médio e longo prazo". Questionado sobre os benefícios do MT+20 para a população, o diretor ressaltou a melhora na qualidade de vida do cidadão mato-grossense, mais oportunidade de emprego, novos investimentos e a perspectiva de uma renda maior e melhor distribuída.
O representante da Rede Mato-grossense de Educação Ambiental (Remtea), Herman de Oliveira, faz uma crítica sobre a metodologia implantada na análise do MT+20, afirmando que o Plano apresenta cenários prontos e não propositivos. "Essa discussão tem que começar com os grupos e movimentos sociais, ouvindo a realidade de cada segmento e a partir daí, discutir as políticas públicas voltadas para cada setor da sociedade". Hermam disse ainda que "todo ambiente criado prepondera o aspecto econômico e que o grupo que não está inserido neste contexto econômico será invisível aos processos".
A secretária-adjunta de Planejamento, Regiane Berchieli, esclareceu que o MT+ 20 foi elaborado em 2005 com uma ampla participação da sociedade civil organizada, quando foram realizados 14 Fóruns em todas as regiões do Estado. Assim, neste momento, "o que se busca é a revisão dos cenários em função das mudanças no ambiente mundial, nacional e local, de forma a agregar novas variáveis que possam influenciar no desenvolvimento futuro do Estado", informou.
Regiane informou também que deve ser incorporado ao MT+ 20 as diretrizes do Plano de Governo "Mato Grosso em Primeiro Lugar", cujas ações serão contempladas no PPA 2012-2015. A secretária frisou, ainda, que o processo de atualização "é justamente para que os atores sociais possam inserir novas diretrizes e demandas, pois o plano deve ser flexível, contemplando novas diretrizes e estratégias", esclareceu.
O consultor da Multivisão, Sérgio Buarque, explicou sobre a metodologia usada na atualização do MT+20. "As oportunidades são situações ou eventos externos, em andamento ou potenciais, que podem contribuir de modo significativo, e por longo tempo, para o desenvolvimento do Estado. Já as ameaças são situações ou eventos externos, em andamento ou potenciais, que podem prejudicar substancialmente, e por longo tempo, o desenvolvimento do Estado e, finalizando, a avaliação estratégica é a reflexão estruturada sobre as interações dos fatores internos (potencialidades e estrangulamentos) com as condições externas (oportunidades e ameaças) de modo a definir as prioridades estratégicas para o desenvolvimento", concluiu o consultor.
OFICINA DE ATUALIZAÇÃO
O Seminário da Atualização do MT+20 teve seu início em fevereiro deste ano, onde representantes dos órgãos do Governo e especialistas em políticas públicas participaram de uma oficina de trabalho para discutir os condicionantes de futuro para o desenvolvimento do Estado. "Na primeira oficina fizemos uma análise retrospectiva (problemas e potencialidades) e a apresentação da pesquisa qualitativa do MT+20, além de uma avaliação do que já foi feito nos últimos cinco anos", explicou a coordenadora do MT+20.
Luceni Grassi ressaltou a importância da construção desse PPA em função da Copa do Mundo de 2014. "Os temas debatidos na primeira oficina permitiram uma reflexão sobre as principais potencialidades, os problemas e os fatores que podem condicionar o desenvolvimento de Mato Grosso nos próximos 20 anos. "Estamos elaborando o PPA da Copa e é preciso muito empenho de todos para que o Estado de Mato Grosso esteja apto a receber esse grande evento", finalizou.