A provável descoberta de duas novas espécies de primatas na Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt é destaque dos planos de manejo que estão em andamento pela Sema e WWF-Brasil na Estação Ecológica Rio Roosevelt, o Parque Estadual Tucumã, a Estação Ecológica do Rio Madeirinha e a Reserva Extrativista (Resex) Guariba Roosevelt.
A constatação vem referendar a importância da proteção das Unidades de Conservação (UCs), confirmada pelo diagnóstico realizado pela empresa Mapsmut- Tecnologia, Natureza e Sociedade, responsável pela elaboração dos documentos. Além de duas novas espécies de macacos, o diagnóstico apontou a existência de diversas espécies endêmicas na região, e provavelmente 10 novas espécies de peixes. As novas espécies de macacos possuem a sua distribuição restrita à região das unidades e só ocorrem naquela região (endêmicas).
“Inevitavelmente quando há novidades como a possível descoberta de duas espécies de primatas na região a comunidade científica presta muito mais atenção nessa área”, explica Gustavo Irgang, pesquisador da Mapsmut. Segundo o pesquisador existe uma diferença muito grande em se conservar uma área onde há poucas informações e uma área que possuí levantamentos de aves, fauna e peixes e que ainda evidencia a existência de espécies importantes no local. “Se a floresta for desmatada, os primeiros que se vão são os habitantes das árvores então conhecer essas espécies torna ainda mais necessárias ações de conservação para elas”, avalia.
O coordenador de Unidades de Conservação da Sema, Alexandre Batistella, concorda com esse argumento. “Em se tratando de primatas, estes animais funcionam como uma espécie-bandeira e passam a simbolizar os objetivos conservacionistas da UC”. O coordenador cita o exemplo bem sucedido da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Amazonas, que tem como espécie-bandeira o uacari-da-cara-vermelha.
Para Batistella, essas descobertas estão ajudando a fortalecer as unidades de conservação no Noroeste de Mato Grosso e as ações do Projeto de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade nas Florestas de Fronteira do Noroeste de Mato Grosso, executado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema-MT) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), foram catalisadoras que impulsionaram os trabalhos da Sema e a formação de parcerias, como a firmada com a WWF-Brasil.