Na base utilizada pelos infratores, foram apreendidos uma pá carregadeira, um caminhão, uma moto, uma camionete, motosserras e documentos que evidenciam a saída da madeira, além de fichas de funcionários e comprovantes de transações bancárias. A Sema estima que a ação evitou o desmatamento de outros 800 hectares.
A Operação Estanque também resultou na apreensão de 267 metros cúbicos de madeira em tora das essências sucupira, cambará, cumaru e cedrão, volume equivalente a 12 caminhões carregados. A área degradada pelos infratores nos municípios de Tapurah e Porto dos Gaúchos corresponde a 500 hectares. O desmatamento foi identificado por imagens de satélite.
Durante a ação, um caminhão sem Guia Florestal válida foi identificado. Após denúncia do Ibama, equipe da Sema-MT se deslocou até uma serraria para inspeção de carga, cuja documentação relatava o transporte de garapeira, champanhe, jatobá, cajueiro e cambará. No entanto, todas as toras eram da espécie cambará, madeira de alta resistência usada na construção civil e para fabricação de móveis.
Responsável pela origem da madeira, uma fazenda localizada no município de Tapurah foi embargada e autuada em R$ 212 mil pelo transporte sem guia florestal válida, inserção de informações falsas no sistema de controle florestal do estado (Sisflora 2.0) e Plano de Manejo Florestal Sustentável em desacordo com a legislação ambiental. Já a serraria foi multada em R$ 62 mil pelo recebimento da carga. As 40 toras de cambará, com volume total de 40 metros cúbicos, também foram apreendidas.
“Essa parceria com o Ibama em Mato Grosso não ocorria há cinco anos. Queremos estancar o desmatamento no estado. É um aviso aos desmatadores. Mato Grosso não compactua com a ilegalidade”, disse o secretário de Meio Ambiente, André Baby. Nesta terça-feira (12/06), ele reuniu-se com a presidente do Ibama, Suely Araújo, na sede do Instituto, em Brasília, para consolidar a ação conjunta.
Para a superintendente do Ibama em Mato Grosso, Lívia Martins, o controle do desmatamento depende da conscientização dos consumidores, além das ações de fiscalização ambiental. “Os produtos procedentes de áreas embargadas e de Reserva Legal (gado e grãos) continuam a entrar na cadeia comercial. Enquanto existir cadeia produtiva que consuma produtos ilegais, haverá pressão para desmatamento”, afirmou a superintendente.
A presidente do Ibama destacou a importância da atuação conjunta com o Governo do Estado para a eficácia do controle ambiental.