O coordenador de Unidades de Conservação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), o capitão da Polícia Militar, Jean Carlo Holz, explica que os parques estão todos estruturados para receberem as crianças. Para ele, é importante os responsáveis incentivarem as crianças a terem contato com a natureza. “É bom não só pela beleza natural, mas pelo bem-estar que isso traz à infância, fazendo com que a tecnologia fique um pouco de lado”.
A técnica de enfermagem, Maria de Lourdes Miranda, diz que já sabe que criança conectada ao meio ambiente resulta em um futuro com áreas mais preservadas, atividades sustentáveis e recursos naturais com qualidade e quantidade. “Sempre trago minha sobrinha Thauanny de quatro anos ao parque. Ela tem muita energia e prefiro que ela gaste ao ar livre, brincando, correndo. Assim ela fica mais à vontade e sai um pouco da tecnologia”.
Lugar de criança é na grama
Para a pediatra, patologista clínica e professora Adjunta de pediatria da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Natasha Slhessarenko, é importantíssimo fazer com que as crianças saiam de casa e deixem computadores, tablets, videogames, TVs e celulares para brincar. “Pisar na grama ou na terra faz com que a criança tenha um desenvolvimento psicomotor adequado, além de ter uma vida livre e saudável”
Natasha também pontua que as crianças do século 21 estão mais propensas ao sedentarismo e suas consequências. Levando elas ao parque os responsáveis poderão incentivá-las a fazer exercícios, como caminhar, pular, correr. “Estamos vendo uma epidemia de obesidade. Uma em cada três crianças de 5 a 9 anos estão com excesso de peso. Há também diabéticos, hipertensos, colesterol alto, osteoporose, doenças crônicas de adulto que hoje acometem as crianças. Isso não era comum”.
A pediatra entende que a causa disso é o estilo de vida de ficar dentro de casa com a mente fixada por muitas horas na tecnologia. Ela lembra que vê pouco as crianças andando de bicicleta, patins e brincando de bola. “Deixar a criança por muitas horas somente conectada no virtual é prejudicial à saúde. O ideal seria que os familiares deixassem essas distrações com a criança apenas duas horas por dia, mais que isso gera cansaço visual, principalmente de noite”.
Natasha informa que a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) indica que as distrações em tela não deveriam ser apresentadas para crianças de até os dois anos de idade. De dois aos seis anos essas atividades podem ser realizadas com a presença de um adulto e a partir dos seis anos a criança já pode utilizar a tecnologia sem acompanhamento, mas é necessário que os responsáveis monitorem o tempo e o conteúdo. “É mais saudável que elas brinquem nos parques do que com aparelhos tecnológicos, assim elas interagem com outras pessoas e ficam mais conscientes quanto às questões ambientais entendo que a natureza é primordial para a sobrevivência”.
Cuidados
Não existe contraindicação quando o assunto é curtir e relaxar, mas vale destacar alguns cuidados necessários ao levar as crianças para passear pelos parques. O gerente do Mãe Bonifácia, o coronel da PM Celso Benedito Ferreira pede atenção redobrada. Por se tratarem de unidades de conservação com animais silvestres, árvores com galhos secos e pontiagudos, pedras, buracos e outras situações que podem levar a quedas e ferimentos, Celso recomenda que haja supervisão de um adulto durante toda a permanência dos filhos em qualquer um dos ambientes dos parques.
Ele pede aos responsáveis que coloquem nas crianças algum tipo de identificação. “É interessante que a criança ande com alguma fita no braço, pode até ser adesiva, informando o nome dos responsáveis e telefone. Assim facilita em qualquer eventualidade”.
Outro alerta é que os visitantes respeitem a fauna e flora local e reforça o aviso da Portaria n° 49 da Sema, que proíbe a entrada de animais de estimação nas unidades. “Entre as principais ameaças estão caça aos animais silvestres e a transmissão de zoonoses”. Quem desrespeitar essa normativa pode receber uma multa de até R$ 10 mil.
Atrações
Localizado na Av. Miguel Sutil, nas proximidades do Bairro Santa Helena, o Parque Mãe Bonifácia dispõe de uma estrutura ampla, com uma área de 77 hectares. Além dos 9 km de trilha para os simpatizantes da caminhada, o local ainda oferece equipamentos multifuncionais para prática de exercícios físicos, playground infantil com área de 300 m², áreas para piquenique em baixo das árvores ou na Concha Acústica e um casarão com algumas salas de reuniões que podem ser usadas para leitura.
Com 66 hectares, o Zé Bolo Flô possui 3,1 km de trilha e está localizado na região do Coxipó. Já a unidade de conservação Massairo Okamura possui a menor área, com apenas 53 hectares e cerca de 2 km de trilha. Por estar situado na avenida do CPA, o local recebe moradores da região da grande Morada da Serra e bairros adjacentes. Dentro do parque existe um espaço com equipamentos para prática de atividades físicas. E para amenizar o calor passam no local duas nascentes de afluentes do Rio Cuiabá que junto das árvores contribuem com o clima do ambiente.
Serviço
Para tirar dúvidas ou saber outras informações sobre os parques estaduais, basta entrar em contato com a coordenadoria de unidades de conservação da Sema pelos telefones (65) 3613-7224/ (65) 3613-7253 ou pelo e-mail cuco@sema.mt.gov.br.