O plano é resultado da pós-graduação voltada para a temática ambiental com foco em queimadas e conservação da Amazônia Legal. A capacitação foi realizada pela Secretaria de Estado de Gestão (Seges-MT), por meio da Escola de Governo, em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso.
De acordo com o comandante do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) e coordenador do curso, tenente coronel do Bombeiro Militar Paulo Barroso, além de capacitar bombeiros e servidores de órgãos ambientais, prefeituras e iniciativa privada, o curso gerou a apresentação de artigos científicos e a elaboração de planos de prevenção e combate a incêndio florestal para as 46 unidades de conservação (UCs) do estado.
Ele explica que inicialmente o projeto piloto será implantado no Pesa e depois nas demais unidades de conservação do estado. “O plano é importante porque tem como objetivo principal prevenir e combater corretamente, o que facilita no controle do incêndio caso ocorra”. Ele acredita que quando o plano estiver em funcionamento o número de ocorrência de incêndios florestais vai diminuir nessa unidade.
Para a gerente do parque, Cristiane Schnepfleitner, com a implantação do plano será possível de fato proteger essas áreas de preservação da sua principal ameaça, que é o fogo. “Esse trabalho nos coloca numa posição à frente da queimada e isso é bom porque contribuímos para que o Estado saia do ranking como um dos que mais queima no país”.
O valor disponibilizado pelo MP será usado para contratação de brigadistas, aquisição de equipamentos de combate, reforma das instalações do parque e estruturação aceiros.
Sobre o parque
O Parque Estadual da Serra Azul possuiu 11 mil hectares, no município de Barra do Garças e tem a vegetação de Cerrado. Foi criado como uma das 46 unidades de conservação do estado a partir da Lei nº 6.439, de 31 de maio de 1994.
A unidade foi fechada entre o fim de agosto e início de setembro de 2014 em razão de uma ação recomendatória do MPE, depois que um incêndio queimou 80% da cobertura vegetal da área. Na época, entendeu-se que o órgão ambiental não tinha condições de manter a conservação do parque para uso público, nem para proteção da biodiversidade. O conselho consultivo não estava em funcionamento, bem como o plano de manejo para o local não estava implantado.
Com o plano de combate em funcionamento na UC, Barroso crê que essa situação poderá ser revertida e o parque estará em breve com sua biodiversidade 100% recuperada. “Não vamos conseguir isso apenas com o plano, a população precisa colaborar e se conscientizar quanto ao uso incorreto do fogo”.