Transformar resíduos florestais em arte que pode ser exportada para diversos países do mundo. Com o objetivo de agregar esta expertise de ‘valorização da floresta’ à estratégia Produzir, Conservar e Incluir (PCI), representantes da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Eco Arts participaram de uma reunião na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).
O diretor executivo da PCI, Fernando Sampaio, explica que, ao invés de focar apenas na fiscalização e punição, o eixo conservar da estratégia busca incentivar, criar e ampliar programas que promovem a inclusão de cadeias produtivas sustentáveis de extrativistas e pequenos e médios agricultores. “A conservação ambiental não tem como se manter sozinha sem que haja essa valorização dos ativos da floresta, o cidadão precisa conseguir gerar renda a partir dela”.
O presidente da Eco Arts, Marcelo Martins Miguel, explica que começou o projeto de transformação de resíduos da madeira em peças de decoração e bijuterias refinadas em Sinop, junto com a família, e hoje exporta para diversos países. Na opinião dele, é possível ampliar a atuação e replicar o projeto para otimizar a produção nas fazendas da região amazônica. “Podemos agregar valor aos subprodutos da floresta criando arte belíssima, gerando emprego, renda, qualidade de vida e preservando a floresta”.
Encantada com a proposta da PCI, a diretora da Eco Arts, Márcia Martins, afirma que Mato Grosso pode ser exemplo para o mundo em sustentabilidade por meio de uma estrutura pública que de fato viabilize aos produtores promover seus produtos a novos mercados. “O Brasil não sabe se promover lá fora, temos um potencial incrível, pessoas talentosas, produtos únicos, exclusivos, ou seja, o estado está no caminho certo e queremos fazer parte trazendo toda a nossa experiência na trabalho que já desenvolvemos para o grupo”.
Sobre a PCI
Criada em 2015, durante a Conferência do Clima de Paris (COP 21), a estratégia PCI já está na fase de elaboração de um planejamento estratégico, que deverá ser entregue até junho. O planejamento inclui o mapeamento de iniciativas no setor público e privado já em andamento em Mato Grosso, com entrevistas, identificação de oportunidades e lacunas por metas, nos três eixos, e uma definição de linha de base de atuação.
Sampaio acrescenta que, após o fechamento desse ‘mapa’, haverá oficinas temáticas, desenho de agendas e confecção de indicadores de impacto que auxiliarão no desenho da governança. O objetivo principal é preparar o portfólio do estado para atrair investidores nacionais e internacionais que deem suporte às metas estabelecidas. “Essa fase de estruturação da estratégia é importante para oferecer um ambiente seguro de negócios até 2030”.
A PCI é composta por cerca de 30 membros. As metas definidas foram construídas por nove secretarias de governo, setor produtivo e sociedade civil organizada. No eixo conservar, estabeleceu que Mato Grosso precisa recompor prioritariamente 1 milhão de hectares de Área de Preservação Permanente (APP) e 1,9 milhão de hectares de Reserva Legal, além de reduzir o desmatamento ilegal a zero até o ano de 2020.