As oito unidades regionais da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) terão mais autonomia na identificação de crimes ambientais. Isso graças a um novo programa de interface desenvolvido pela Coordenadoria de Tecnologia da Informação (CTI) do órgão que permitirá o acesso das unidades ao Sistema de Informação Geográfico (Sig) ARC- Gis. Até então, ele era utilizado somente pelos setores situados na sede da Sema.
Antes, quando as regionais recebiam alguma denúncia de desmate ilegal, era necessário se reportar à sede da Secretaria, em Cuiabá, para que fosse feita a dinâmica de desmatamento com base no banco de dados da Sema. E, com esse dispositivo, os analistas das unidades poderão visualizar a série histórica das imagens de satélite, informações relacionadas às propriedades rurais e empreendimentos por meio dos próprios computadores.
O Virtual Desktop Insfrastruture (VDI) - Solução de Provisionamento e Gerenciamento de desktop Virtual é um programa de interface americano que foi implantado em um servidor instalado na sede da Sema. Ele transmitirá, de modo virtual, para os computadores das regionais, as ferramentas do ARC GIS. Isso permitirá que os analistas possam manusear as imagens de satélite de modo independente.
A Coordenadoria de Geoinformação e Monitoramento Ambiental da Sema percebeu a necessidade de que as regionais soubessem manusear o sistema de geoprocessamento e, juntamente com a CTI da Secretaria, pensou em uma alternativa para que as unidades pudessem acessar o banco de dados geoespacial do órgão. A partir desta iniciativa, surgiu a interface para facilitar a visualização dos dados.
O analista do meio ambiente da CTI, Jadiael Diniz, explica que com essa solução todo processo de geoprocessamento continuará em Cuiabá, mas as unidades terão a sensação de que as análises estão sendo realizadas por suas máquinas. Ele explica que se fosse para instalar o sistema de geoprocessamento direto nos computadores das regionais sobrecarregaria o sistema, já que o ARC GIS é pesado, algo que a internet do interior do estado não suportaria.
“A solução – VDI - que implantamos é a melhor forma de se trabalhar, já que eles estarão conectados ao ARC GIS, só que de maneira virtual. Com isso, o setor de geo que fica na sede ficará mais desafogado e o pessoal do interior poderá trabalhar com mais independência e rapidez no combate aos crimes ambientais”.
Diminuição no tempo de resposta
De acordo com a coordenadora de Geoinformação e Monitoramento Ambiental da Sema, Olga Patrícia Kummer, as regionais terão mais autonomia para acessar a base de dados da Sema e espera-se que o tempo de resposta das unidades caia em até 75%. “Além disso, vamos otimizar o trabalho de campo porque a equipe terá mais informações para planejar as operações de fiscalização e tomar decisão”.
Treinamento para realizar geoprocessamento
O programa de interface que permitirá o acesso ao SIG ARC-Gis foi implantado há um mês. Para orientar as regionais sobre como utilizar a ferramenta de geoprocessamento, Olga e sua equipe ministraram uma capacitação para cerca de 20 servidores das oito unidades regionais. O curso foi realizado entre segunda e sexta-feira (03 a 07.10).
Conforme Olga, o objetivo foi de capacitar os servidores das regionais no uso do ARC GIS para que eles tenham conhecimento de todo o banco de dados geoespacial da pasta e aprendam a fazer a dinâmica de desmatamento, o que garantirá maior êxito no desempenho das ações.
Luis Thiago Basto, analista da regional de Sinop, está feliz em poder utilizar da mesma ferramenta de trabalho que a sede utiliza para as atividades de monitoramento. “Com mais informações geográficas do nosso objeto de trabalho, nossas tarefas diárias ficarão adiantadas. Hoje, como não temos acesso a essa ferramenta, temos que repassar boa parte dessa demanda geográfica a Cuiabá”.
Guarantã do Norte é um dos municípios que está no topo da lista de desmatamento ilegal e, com esse sistema, o analista de meio ambiente da regional da Sema, Rubens de Oliveira, acredita na diminuição desse e outros crimes ambientais na região. “Como estamos na fronteira agrícola, ao utilizarmos o geoprocessamento com agilidade vamos antever o problema antes que a devastação seja maior”.
Para o analista do meio ambiente da regional de Barra do Garças, Marcello Messias Barbosa, o acesso ao sistema de geoprocessamento por meio do VDI contribuirá na melhoria do trabalho de fiscalização. “Nós demoramos cerca de cinco horas para baixar uma imagem e agora vamos consegui-las em questão de segundos porque elas estão disponíveis no banco de imagens da Sema”.