O incêndio que começou há cerca de 30 dias na reserva indígena Formoso, localizada a 80 km do município de Tangará da Serra (242 km de Cuiabá), está controlado. O Batalhão de Emergências Especiais (BEA) estima que pouco mais de 4 mil hectares, de um total de 20 mil hectares da aldeia, tenham sido queimados.
Um avião do Corpo de Bombeiros, com capacidade de resposta de 3,1 mil litros de água, mais um veículo ARF (Auto Rápido Florestal) que comporta 700 litros de água, auxiliaram os oito bombeiros e 18 brigadistas indígenas no combate ao fogo, que chegou a 20 km de extensão.
Para impedir que as chamas se espalhassem, o comandante do BEA, tenente coronel do BM Paulo André Barroso, explica que foi necessário fazer um aceiro de 9 km. “A mata é alta e fechada, nossa equipe não tinha como chegar no local”. Além do carro e equipe aérea, o combate contou com apoio dos equipamentos de atuação terrestre como o pinga-fogo, bomba costal, abafador, entre outros.
Barroso informa que apesar do incêndio estar controlado, os bombeiros continuam na aldeia para fazer um ‘rescaldo’, técnica utilizada para eliminar a brasa que permanece após o fogo, evitando assim a possibilidade de novos focos.
Denúncias
Utilizar fogo para limpeza e manejo nas áreas rurais é crime passível de seis meses a quatro anos de prisão, com autuações que podem variar entre R$ 1 mil (pastagem e agricultura) a R$ 75 mil por hectares (em área de preservação permanente – APP). Além de denunciar queimadas rurais pelo 0800 647 7363, a população também pode registrar as ocorrências no Corpo de Bombeiros.
Nas áreas urbanas, o uso do fogo para limpeza do quintal é crime o ano inteiro, conforme a legislação de cada município. As denúncias devem ser feitas no 193 do Corpo de Bombeiros ou nas secretarias municipais de meio ambiente. O período proibitivo para queimadas na área rural teve início no dia 15 de julho e segue até 15 de setembro, podendo ser prorrogado devido às condições climáticas.