A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) participou, na semana passada, da 3ª edição do Congresso Brasileiro de Áreas Úmidas (Conbrau). Com o tema ‘Estado da arte do conhecimento, valoração, riscos e situação jurídica’, o evento reuniu pesquisadores, estudantes e profissionais do Brasil e de outros países.
Para a analista do meio ambiente da Sema, a bióloga e doutora em Ciência, Gabriela Priante, essa foi uma oportunidade para o Estado estar junto dos especialistas da área de fauna e flora, adquirindo informações que subsidiem as políticas públicas. “As áreas úmidas envolvem vários aspectos, como as atividades de pecuária, pesca e os usuários dos recursos hídricos, por isso é necessária essa discussão conjunta para que todos entendam a grandiosidade do tema”.
As áreas úmidas existem em todos os tipos de ecossistemas e são importantes para a manutenção da biodiversidade, já que estão em uma interface entre a água e o solo. o Brasil possui oito áreas classificadas como sítios Ramsar, duas delas em Mato Grosso, que são Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense e a Reserva Particular do Patrimônio Natural Sesc Pantanal. Mais que um atrativo turístico, essas áreas úmidas têm grande incidência nas condições climáticas. Sem elas, por exemplo, Cuiabá teria o clima mais seco e, consequentemente, mais quente.
Conforme o pesquisador em Recursos Hídricos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Pierre Girard, muita água evapora do Pantanal e isso faz resfriar o ambiente. “As pessoas precisam saber de tudo isso para poder lutar ao nosso lado por políticas públicas que preguem a conservação desses espaços”. O pesquisador lamenta que, apesar de importante para o ecossistema do país, o Pantanal não possui uma legislação que o proteja nos dois estados onde está localizado (MT e Mato Grosso do Sul).
Para construir uma política efetiva que atenda às necessidades dos 20% de áreas úmidas que o Brasil possui, uma das coordenadoras do congresso, a pesquisadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Áreas Úmida e do Centro de Pesquisa do Pantanal, Katia Nunes da Cunha, acredita na integração e compartilhamento de conhecimento entre pesquisadores, estudantes, instituições públicas e privadas.
“São inúmeros os serviços ambientais que as áreas úmidas prestam. Elas purificam, são esponjas que absorvem a água e depois soltam nos rios, contribuem para recarga de lençol freático e muitas das vezes isso não é levado em consideração. Se não nos preocuparmos com essa questão vamos ter que lidar dar com a falta da água e problemas de saúde devido ao clima seco”.
O congresso foi realizado entre os dias 22 e 24 de junho, em uma parceria entre o Centro de Pesquisa do Pantanal (CPP) e UFMT. A Sema tem um termo de cooperação técnica com o CPP, que subsidia a Secretaria com informações necessárias para as tomadas de decisão.