Durante o encontro que terminou nesta quarta-feira (11.05), em Cuiabá, a professora adjunta do Departamento de Solos e Engenharia Rural da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e doutora em solos e plantas, Oscarlina Lúcia dos Santos, explicou que em qualquer atividade de suinocultura é necessário considerar que o solo tem diversas reações à aplicação de dejetos e a introdução repetida pode gerar acúmulo, por isso é preciso fazer a seleção da área de forma a não gerar prejuízos econômicos e ambientais. "Para receber resíduo é importante ponderar a estrutura do solo, a textura, a resistência da penetração das raízes, a capacidade de água disponível, bem como o regime da chuva da região e a condição legal e social da área, entre outros".
Economia de água
Assim como o solo, a água também tem sua especificidade. O suinocultor tem que identificar a característica da bacia hidrográfica na qual sua granja está inserida, para produzir de acordo com a realidade do local. Para o engenheiro agrícola e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de Corcórdia (SC), Paulo Armando de Oliveira, o produtor precisar trabalhar adequadamente com a quantidade de água que ele tem disponível, por meio de uma medição do consumo da água para contabilizar o que é desperdiçado e reverter essa situação por outra mais favorável.
Uma das formas de controlar o consumo da água usada na granja é a partir de um hidrômetro. O pesquisador destaca um sistema automatizado que possibilita o acompanhamento dos gastos online. Segundo Paulo, com cerca de R$ 700 essa metodologia permite que o produtor monitore 32 hidrômetros. Outra sugestão é a utilização da água da chuva com o uso de cisternas. “O aproveitamento da água da chuva combate a escassez em períodos de estiagem e reduz o consumo e o gasto com água potável na propriedade.”
Consumo médio
Um trabalho técnico realizado pela Embrapa Suínos e Aves aponta um consumo médio de 8,5 litros de água por dia na suinocultura. Mas é possível reduzir esse valor entre 4,5 a 6 litros diários, otimizando e planejando melhor o empreendimento. Na década de 1980, conforme a legislação vigente da época, o consumo era de 16 litros por dia. Paulo Oliveira afirma que essa disparidade estava ligada especialmente ao manejo e aos equipamentos. “Algumas soluções simples podem render bons resultados com ganho econômico para o produtor. A água desperdiçada influencia diretamente no custo para tratar e distribuir o dejeto.”