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SEMA
Publicado: Sexta, 06 de Novembro de 2015, 11h35 | Última atualização em Sexta, 12 de Julho de 2019, 15h25 | Acessos: 274 | Categoria: Notícias

 

Luiz Carlos/Assessoria UFMT
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Distribuição adequada dos recursos hídricos, ações que visem preservar a qualidade da água dos rios e o desenvolvimento sustentável de áreas úmidas, como o Pantanal, foram alguns dos temas debatidos durante o Fórum de Áreas Úmidas na UFMT.

Além da falta de manejo das áreas úmidas, o problema da crise hídrica no país está relacionado com a má distribuição de água. Enquanto há abundância na Amazônia, que é pouco povoada, em outras regiões mais populosas já é um recurso natural escasso. Com o intuito de promover intercâmbios de informações que colaborem com novas metas para o planejamento sustentável de Mato Grosso, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) integra o “Fórum Áreas Úmidas e Escassez Hídrica no Berço das Águas: Ciência, Sociedade & Cultura (FAUs)”, que está em andamento até esta sexta-feira (06), na Universidade Federal de Mato Grosso.

 

De acordo com a secretária adjunta de Gestão Ambiental da Sema, Elaine Corsini, esta é uma importante união entre as entidades para o desenvolvimento de políticas públicas que identifiquem essas áreas úmidas e planeje o uso adequado. “Juntos podemos discutir com base científica e assim construir uma metodologia para manejo sustável dessas áreas, evitando uma crise hídrica ao Estado.”

Para o pesquisador em química na UFMT, Paulo Teixeira de Souza Júnior, e coordenador do Fórum, outro problema é a falta de informação. “As pessoas foram ensinadas que o Brasil é um país com fartura de água por ter 12% da água disponível do mundo, mas sem gestão correta estamos à beira de um colapso”. Ele acrescenta que a contaminação dos mananciais por esgotos, lixos urbanos, pesticidas usados na agricultura também cooperam para a escassez da água.

O coordenador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e especialista na área de Ecologia Tropical, professor Wolfgang J. Junk, afirmou que as áreas úmidas existem em todos os tipos de ecossistemas e são importantes para a manutenção da biodiversidade. Elas estão em uma interface entre a água e o solo. A definição do conceito de área úmida surgiu na Convenção de Ramsar. Além do Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense, o Brasil possui outras sete áreas classificadas como sítios Ramsar: Estação Ecológica Mamirauá (AM), Ilha do Bananal (TO), Reentrâncias Maranhenses (MA), Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense (MA), Parque Estadual Marinho do Parcel de Manoel Luz (MA), Lagoa do Peixe (RS) e a Reserva Particular do Patrimônio Natural SESC Pantanal (MT).

Para Junk, não existe uma legislação especifique que trate de áreas úmidas. Por isso ele explica que o primeiro passo para entender a importância dessa área é inclui-la no Plano Nacional de Recursos Hídricos, estabelecido na Lei nº 9.433/97, ou criar uma nova lei que delimite extensão e ocupação das áreas úmidas. “Muitos não entendem, mas essas áreas também são responsáveis pela preservação do recurso hídrico numa região”.

Serviço

O Fórum Áreas Úmidas e Escassez Hídrica no Berço das Águas é realizado pelo Centro de Pesquisa do Pantanal (CPP), em parceria com a UFMT e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (INCT – Áreas Úmidas). A programação segue até esta sexta-feira (06). Outras informações: www.faus.cppantanal.org.br .

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