O município de Várzea Grande está contando com o apoio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) para a criação do Parque Natural Municipal Flor do Ipê, localizado no bairro de mesmo nome, próximo à ponte Sérgio Motta, divisa com Cuiabá. Este espaço terá um total de 19 hectares, dos quais 4 ha de trilhas suspensas dentro da mata, onde a população poderá fazer a contemplação de diversas espécies de plantas nativas da extinta várzea, árvores, flores e toda a fauna silvestre, como diversas espécies de pássaros e mamíferos de pequeno porte (macacos, esquilos, tamanduá-mirim, etc).
Para o coordenador de Unidades de Conservação da Sema, Alexandre Batistella, a criação de mais uma unidade de conservação em Mato Grosso é sem dúvida uma excelente notícia por dois motivos. O primeiro é sem dúvida o compromisso da gestão municipal de Várzea Grande em garantir a conservação para as próximas gerações de um espaço rico em biodiversidade e hoje quase extinto, que é a várzea. O segundo é estruturar uma área como essa para agregar como opção de lazer aos moradores da região, com a vantagem de estar em frente ao Batalhão da PM. “Isso significa que é um local seguro.”
Ele explica que uma unidade de conservação tem objetivos diferentes de uma área de lazer, como o Parque Tia Nair, recentemente inaugurado em Cuiabá, pois tem o enfoque no turismo de contemplação e na educação ambiental, pela proximidade com uma rica vegetação. Aliás, outro benefício importante é auxiliar o planeta na redução dos efeitos das mudanças climáticas. “Ambos parques têm seu valor, um deles (Tia Nair) é estritamente de lazer, com opção para outro tipo de evento e principalmente visitação noturna. Já uma unidade de conservação (Flor do Ipê) deve respeitar o ciclo natural do ecossistema existente e, por isso, tem regras mais rígidas, entre elas, horário para abrir e fechar, restrição quanto ao barulho e tipos de eventos a serem realizados.”
A secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural Sustentável de Várzea Grande, Helen Farias Ferreira, que é engenheira sanitarista e servidora de carreira da Sema, explica que o Parque Natural Flor do Ipê, que foi criado a partir de um termo de compensação ambiental com uma construtora, que doou a área e fez as primeiras benfeitorias, como banheiros e 750 metros de trilhas suspensas (inicialmente). Com a criação da unidade de conservação, a infraestrutura será ampliada, com a implantação de uma academia a céu aberto que deverá funcionar até o primeiro horário da noite e iluminação. “As trilhas continuarão abertas em horários reduzidos, das 5h às 17h, mas queremos oferecer essa outra opção ao morador, mas, que será restrita à atividade física fora das trilhas.”
Questionada sobre o interesse em transformar o parque em unidade de conservação, Helen destaca que assim que conheceu a área observou se tratar de um lugar com vocação para a visitação ecológica, não podendo ser ocupado com atividades de impacto ambiental. Outro ponto importante é buscar incentivo para as ações de manutenção por meio do ICMS Ecológico. “Vai ser um recurso que ajudará na conservação desse local magnífico e também contribuirá com o desenvolvimento de Várzea Grande que possui atualmente poucas opções lazer aos moradores”.
Além do Flor do Ipê, que tem programação para ser oficialmente criado, como parque natural e uma unidade de conservação municipal, a partir de fevereiro, Várzea Grande conta hoje com apenas mais um parque, o Parque Ecológico Tanque do Fancho, que é uma Área de Proteção Ambiental (APA) com 4,98 ha, criada a partir do Decreto nº 20/1996. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as cidades tenham, no mínimo, 12 m² de área verde por habitante, nós estamos trabalhando no sentido de atingir essa meta.”
Sobre o parque Flor do Ipê
Atualmente ele é conhecido como Parque Ecológico Noise de Curvo, está localizado na região do Carrapicho, com acesso por meio da primeira rotatória à esquerda (para quem trafega no sentido Cuiabá para Várzea Grande) logo após atravessar a Ponte Sérgio Motta. É um espaço de característica contemplativa, onde a população pode fazer safari fotográfico ou simplesmente desfrutar do canto de diversos pássaros. Atualmente já é possível visitá-lo atualmente: das 5h às 17h. A maioria das árvores nativa possui placa descritiva, nome popular e científico. Outra característica do lugar é a umidade permanente da vegetação, por conta da várzea existente ao longo da trilha.