Uma audiência pública foi realizada na noite de quarta-feira (09), na Câmara Municipal de Chapada dos Guimarães (65,5 km da capital), para discutir a implantação do primeiro Santuário de Elefantes da América do Sul. Durante o evento, a ONG Internacional Global Sanctuary for Elephants (Santuário de Elefantes Brasil e Global) apresentou o projeto para a população e respondeu perguntas referentes à importância do resgate de elefantes em condições de maus-tratos e manutenção de um ambiente para preservação deles em condições adequadas.
A equipe técnica da Secretaria de Estado de Meio Ambiente vistoriou na manhã de quarta-feira a área destinada para desse santuário, que tem 1.100 hectares e está localizada em uma fazenda a 40 km do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães (a 65 km de Cuiabá), perto do Rio da Casca. De acordo com a superintendente de Mudanças Climáticas e Biodiversidade da Sema, Eliani Fachim, as informações adquiridas durante a vistoria ajudarão no processo de licenciamento do santuário. “Antes de licenciar o empreendimento, precisamos identificar várias situações importantes no local, como se existe área aberta e qual tipo de vegetação predominante na região.”
Essa área foi comprada pela ONG para abrigar elefantes que estejam em condição de risco em zoológicos e circos. A representante da ONG no Brasil, Junia Machado, explica que é importante manter os elefantes ao ar livre. “Esses animais vivem em torno de 60 a 70 anos, mas se eles forem criados em cativeiro essa expectativa de vida cai pra 35 anos, por isso a importância de eles estarem no santuário e não em zoológicos”. Outra situação preocupante destacada por Junia é que existem pelo menos 5 mil elefantes no mundo todo que estão presos em situação degradante e cerca de 50 na América do Sul. Sobre Mato Grosso, ela afirma que a escolha se deu em razão das condições climáticas adequadas. “Em Chapada nós encontramos uma propriedade perfeita, com clima ameno à noite e onde antes havia criação de rebanho bovino e que será ideal para os elefantes”.