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SEMA
Publicado: Terça, 18 de Agosto de 2015, 19h02 | Última atualização em Sexta, 12 de Julho de 2019, 15h40 | Acessos: 288 | Categoria: Notícias

 

 

 

Arquivo/GCom
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De janeiro a agosto, foram registrados 9.095 focos de calor em Mato Grosso, dos quais 3.430 entre 15 de julho e 18 de agosto. Esse acréscimo durante o período proibitivo também foi registrado em anos anteriores e tem relação com a ausência de chuva

Os primeiros 33 dias do período proibitivo para as queimadas em Mato Grosso teve um acréscimo de 38% no número de focos de calor segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe). De primeiro de janeiro a 18 de agosto houve um total de 9.095 focos, dos quais 3.430 entre 15 de julho e hoje. O município de Colniza (1.065 km a noroeste de Cuiabá) está no topo do ranking, com 370 registros (ou 10% do total de julho a agosto), seguido por outras 14 cidades, que representam 54% ou 1.854 focos de calor até o momento. Esse aumento pode ter relação com o período de estiagem que já varia de 40 a 60 dias em diversos municípios do Estado. 

Apesar do Decreto nº 191, publicado no dia 15 de julho, proibindo a utilização do fogo para limpeza e manejo de áreas até o dia 15 de setembro, podendo ser prorrogado em razão das condições climáticas, algumas cidades tiveram aumento de registros dos focos, entre elas, estão: Alto da Boa Vista, Comodoro, São Félix do Araguaia, Gaúcha do Norte, Novo Mundo, Apiacás, Campinápolis, Vila Bela da Santíssima Trindate, Juara e Barão de Melgaço, Tangará da Serra, Cotriguaçu, Porto Alegre do Norte e Barra do Garças.

Esse quadro de aumento ainda não repercutiu negativamente na qualidade do ar. Conforme o monitoramento do Laboratório de Ensaios da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), entre 15 de julho e 9 de agosto, todos os municípios mostraram ‘boa qualidade do ar’. Apenas no mês de junho, Juara, Sinop e Sorriso tiveram problemas de inadequação. “Mas o apelo é para que a população colabore e não utilize fogo, pois há risco de a situação mudar, o Brasil pode experimentar até dezembro - segundo previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) - efeitos moderados do fenômeno El Niño”, explica o gerente do Laboratório, Sérgio Figueiredo.

 Queimadas 2015 x 2014

 Em relação ao ano passado, os dados Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe) mostram uma queda de 10,5% no número de focos de calor, que de primeiro de janeiro a 18 de agosto de 2014 totalizaram 10.159, enquanto que este ano é de 9.094. Comparativamente, o aumento dos focos neste período que começa a proibição é comum em razão do agravamento das condições do ar, que fica mais seco por falta das chuvas e aumento dos ventos. No passado, houve 40% a mais de focos nos primeiros 33 dias do período proibitivo, ou 4.111 focos de calor (de 15 de julho a 18 de agosto de 2014).

Desde abril a Sema, em um trabalho conjunto com o Corpo de Bombeiros, está atuando junto aos municípios mais críticos para queimadas. Além de visita a cerca de 40 deles com palestras orientativas, também foram realizadas quatro audiências públicas naqueles que estão no topo da lista de desmatamento ilegal e queimadas: Colniza, Feliz Natal, Juara e São Félix do Araguaia, com a presença em Colniza do governador Pedro Taques e de outras autoridades e em todas elas da secretária de Estado de Meio Ambiente, Ana Luiza Peterlini. “Além de danos ao meio ambiente, a fumaça impacta muito a saúde da população, por isso todos nós temos que colaborar porque independente do período proibitivo, usar fogo nas cidades é crime o ano inteiro”, orienta Ana Luiza.

Plano de Combate

O Governo do Estado garantiu R$ 1,7 milhão de investimentos nas ações referentes ao Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas (PPCDQ/MT) deste ano. Conforme o tenente coronel Paulo André Barroso, comandante do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), estão envolvidos nesse atendimento até o momento 176 bombeiros nas unidades do Corpo de Bombeiros presentes em 26 municípios de Mato Grosso, o que representa que 18% hoje têm resposta imediata, os demais são atendidos a partir de bases descentralizadas, que nesses primeiros dias atuaram conforme demandas urgentes: em Poconé, Alto Paraguai, Vila Bela, Santo Antônio do Leverger, Chapada dos Guimarães e Barão do Melgaço. “A proposta é que elas circulem por todas as regiões à medida que o fogo se intensificar.”

Entre as 11 prefeituras com as quais Sema e Corpo de Bombeiros buscou parceria, quatro instalaram de brigadas mistas, compostas por civis e bombeiros, entre elas estão: Cláudia, Sinop, Sapezal e Campo Novo do Parecis. Também estão sendo utilizados equipamentos de última geração no combate às queimadas: 5 caminhonetes ABTF (Auto Bomba de Tanque Florestal) com capacidade para 5 mil litros, outros 11 ARF (Auto Rápido Florestal) com capacidade para 700 litros e duas aeronaves capacidade 3,1 mil litros de água.

 Denúncias

 Nas áreas rurais, a utilização do fogo utilizar fogo para limpeza é crime passível de 6 meses a 4 anos de prisão, com autuações que podem variar entre R$ 7,5 mil ou R$ 1 mil (pastagem e agricultura) por hectare. Nas áreas urbanas o uso do fogo é crime o ano inteiro. As denúncias podem ser feitas na ouvidoria Sema: 0800 65 3838, no 193 do Corpo de Bombeiros ou diretamente nas secretarias municipais de Meio Ambiente, as prefeituras também estão atuando para conter as queimadas.

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