Preocupada com as inúmeras denúncias referentes ao Zoológico da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente enviou uma equipe de fiscalização na manhã de quinta-feira (16) até o local. Após inspecionar o recinto de todos os animais, os técnicos concluíram que os abrigos estão em boas condições de uso e os animais não apresentam nenhum sinal de maus-tratos. Também foram vistoriados o setor administrativo, ambulatório, cozinha e almoxarifado.
A gerente do zoológico, Sandra Helena Ramiro, acompanhou a vistoria e apresentou aos fiscais uma planilha com informações referentes à alimentação dos bichos. De acordo com a planilha, eles se alimentam duas vezes ao dia e há alguns que comem apenas uma vez.
Conforme o relatório de inspeção, na cozinha, onde é preparado o alimento dos animais, existem duas câmaras frias, local em que foi verificado que os alimentos estão devidamente acondicionados. Os alimentos que são servidos no dia ficam armazenados em baldes de plástico com tampa. E os secos, como ração, ficam em um depósito ao lado da cozinha.
Os recintos dos animais também estão em boas condições de uso, com a disponibilidade de água e higienização. Mas uma situação que chamou a atenção dos fiscais foi que a área de quarentena, onde seria para acomodar animais em tratamento, está ocupada por animais em bom estado de saúde. Ainda assim, eles possuem uma ficha de Prescrição Médica que serve como acompanhamento clínico.
De acordo com Sandra, os bichos que estão ali são aqueles que não se adequaram ao bando. Como um macaco aranha, que não tem medo de água e nada para outro local com intuito de fugir dos colegas do recinto. “Esses animais foram designados para a área de quarentena, onde eles estão sendo preparados para iniciar a vida com os outros animais da mesma espécie.”
Os únicos animais que apresentaram problemas de saúde foram um jacaré, que, de acordo com a gerente, sofreu lesões ao brigar com outro jacaré. E também um veado que se feriu durante uma briga com outro colega de recinto. Os dois estão em tratamento. “Desta forma, não foi identificada nenhuma irregularidade relacionada aos animais que se encontram no zoológico”, descreve a equipe no relatório de inspeção.
Situação do zoológico
Há cinco anos sem receber novos animais por estar embargado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o zoológico conta atualmente com apenas 902 animais de 66 espécies. A Sema também informa que o processo de licenciamento e autorização de uso e manejo do zoológico está em análise pela equipe técnica da Coordenadoria de Fauna, que assumiu responsabilidades do Ibama desde a regulamentação da Lei Complementar nº 140/2011, no ano passado. E que nesse período de um ano, a Secretaria está reorganizando sua estrutura para atender essas novas demandas.