Além das 17 unidades do Corpo de Bombeiros instaladas nos municípios, o plano de ação contará com 10 bases descentralizadas para atender quatro regiões do Estado e cinco brigadas mistas, em parceria com as prefeituras de Sinop, Cláudia, União do Sul, Peixoto de Azevedo e Marcelândia
Os 141 municípios de Mato Grosso contarão com um plano de resposta rápida para as ocorrências de queimadas e incêndios florestais durante o período proibitivo entre 15 de julho e 15 setembro. O Governo do Estado já garantiu R$ 1,7 milhão de investimentos nas ações referentes ao Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas (PPCDQ/MT) deste ano.
Estão envolvidos nesse atendimento 75 bombeiros que atuarão diretamente com fogo nas 17 unidades do Corpo de Bombeiros e também nas cinco brigadas mistas e 10 bases descentralizadas de circulação nas quatro principais regiões do Estado.
Conforme o tenente coronel Paulo André Barroso, comandante do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), o efetivo do corpo de bombeiros conta atualmente com 1.084 servidores que estarão à disposição no suporte às ocorrências de queimadas. Apesar de 124 municípios não contarem ainda com unidade do Corpo de Bombeiros, o plano de ação contempla a todos porque manterá nas quatro principais regionais bases descentralizadas: Araguaia (3), Noroeste (3), Centro-Norte (2) e Região Metropolitana (2).
Entre as 11 prefeituras com as quais se buscou parceria, cinco já confirmaram a instalação de brigadas mistas, compostas por civis e bombeiros, entre elas estão: Cláudia, Sinop, União do Sul e Peixoto de Azevedo. Outros municípios continuam analisando a proposta que deve ser aprovada antes do dia 15. “A proposta é oferecer resposta rápida e eficiente”, diz o comandante.
Durante entrevista coletiva na manhã de sexta-feira (03.07), Barroso pontou que ao objetivo dessas bases descentralizadas é fazer rondas ostensivas a partir de denúncias e monitoramento via satélite realizado pelo Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman/MT), que é uma base do Corpo de Bombeiros instalada na Sema, cujo papel é planejar e direcionar as ações de forma mais eficaz.
Outros investimentos importantes já foram realizados. Com recursos da ordem de R$ 16 milhões do Fundo Amazônia o Corpo de Bombeiros já comprou equipamentos modernos de manuseio em mata (fações, foices, sapas, abafadores), 12 caminhonetes ABTF (Auto Bomba de Tanque Florestal) capazes de transportar 2,5 mil litros de água, três aeronaves que darão suporte transportando 3 mil litros de água, atingindo assim com mais precisão uma maior área e camionetes de cabine dupla para resposta rápida com capacidade de até 700 litros de água.
Queimada urbana
O secretário-executivo do Comitê do Fogo, o tenente coronel do Corpo de Bombeiros, Hector Péricles, esclareceu que embora haja preocupação maior da sociedade com o período proibitivo, o uso do fogo na área urbana é crime o ano inteiro e que dependendo da legislação municipal pode gerar prisão e multa ao infrator que insistir em queimar folhas secas ou lixo. Como a fumaça é extremamente prejudicial à saúde, ele orienta que a população esteja atenta e denuncie nas secretarias municipais de Meio Ambiente ou mesmo nos números de denúncia do Governo do Estado. “Cuidado na hora de fazer fogueiras e cuidado com cigarros ou fósforos às margens das rodovias, porque muitos casos de incêndios são iniciados assim, por descuido.”
Focos de calor
Mato Grosso registrou 5.233 focos de calor entre 1º de janeiro e 3 de julho deste ano, cerca de 4% a mais que o mesmo período do ano passado, que registrou 5.055 focos, conforme dados de monitoramento via satélite de referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Como esse valor supera a média dos últimos 5 anos, a Sema intensificou as ações de prevenção junto aos municípios, o que incluiu a realização de audiências públicas nos dias 2 e 30 de junho, em Colniza e Feliz Natal, respectivamente, para tratar de queimadas. Nos dias 14 e 30 de julho passam pelo mesmo processo Juara e São Félix do Araguaia.
Desde 2010 há uma variação ascendente nas ocorrências de focos de calor em todo Estado. Nos anos de 2013 e 2012, por exemplo, foram registrados 3.068 e 3.153 focos, respectivamente, valores 53,52% e 49,38% menor que este mesmo período (janeiro a junho de 2015). Mas o percentual mais significativo foi em relação a 2011, quando foram registrados 2.035 focos de calor, ou seja, 131% a menos que este ano. O ranking dos 20 municípios com mais focos de calor são praticamente os mesmos nesse período: Nova Maringá, Feliz Natal, Querência, Nova Ubiratã, Sapezal, Gaúcha do Norte, Paranatinga, Brasnorte, Santa Carmem, Nova Mutum, São Félix do Araguaia, Sorriso, Tapurah, São José do Rio Claro, Marcelândia, Porto dos Gaúchos, Tangará da Serra, Ribeirão Cascalheira, Vera e Tabaporã. O bioma mais atingido é a Amazônia, onde se concentram 2.767 focos de calor, ou 61,1% em relação ao total, seguido pelo Cerrado, com 1.645 focos ou 36,34%.