Uma ação simples de orientar e monitorar se as correspondências estão com todos os dados preenchidos corretamente pode evitar desperdício do recurso público e ineficiência dos serviços prestados à população.
Sabia que uma carta registrada que está sem o CEP, por exemplo, pode gerar um gasto três vezes maior, chegando a custar R$ 20 cada vez que é devolvida? Para tratar deste assunto, a Comissão Gestora da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) e a Gerência de Protocolo da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), realizaram durante toda a manhã de sexta-feira (27.02) uma palestra sobre esse tema como pauta da agenda ambiental na gestão pública.
Para a secretária de Estado de Meio Ambiente, Ana Luiza Peterlini de Souza, que fez abertura desse evento com os funcionários, é fundamental principalmente para quem trabalha em um órgão ambiental despertar a consciência para a importância de zelar não só pelo bem público, como pela preservação ambiental. Antes de cobrar da sociedade, é preciso ser um exemplo. As mudanças começam com pequenas coisas na própria rotina, como desligar a luz ao sair, não deixar a torneira da pia ou do bebedouro pingando, reutilizar produtos, como um envelope, evitar a impressão de documentos e quando fizer, que seja em definitivo. Correção, só na tela do computador.
Ana Luiza destacou que as correspondências internas na Sema já foram regulamentadas por portaria e são só por e-mail atualmente, o que já gerou impacto no orçamento e também nos hábitos das pessoas, mas a grande ansiedade neste momento é a implantação do sistema de licenciamento digital que colocará fim na era do papel. “Nós temos que obter sucesso em nossas ações porque serviremos de modelo para todo o governo do Estado, essa é a missão da Secretaria, afinal, nós somos um órgão de defesa ambiental”.
Como promotora de justiça, a secretária já esteve à frente por pelo menos quatro anos o programa MP Sustentável que adotava práticas parecidas com as da A3P, que é um programa federal desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente (AMM) que visa desenvolver ações voluntárias nas instituições públicas de responsabilidade socioeconômica e ambiental.
A Técnica em Desenvolvimento Econômico e Social da Gerência de Procotolo da Sema, Dinair Gonçalves de Jesus Silva, está entusiasmada com as mudanças no setor dela. Pode parecer simples ou bobo, mas muita gente não sabe preencher e encaminhar adequadamente as cartas registradas ou mesmo Sedex, e isso gera muitos transtornos e impactos financeiros e ambientais. Desde o ano passado, quando as informações sobre este quesito passou a ser disponibilizado a vários setores da instituição, houve uma economia média de 40% nos gastos com os correios.
A partir da palestra, que detalhou um pouco mais e também abriu possibilidade de tirar dúvidas, a expectativa é que a otimização seja ainda maior. “Nós estamos mostrando aos colegas que não dá mais para pensarmos de uma forma isolada, como se vivêssemos cada um no seu quadrado, é preciso ter postura participativa, integrada, proativa e também socioambiental, porque enquanto cidadãos, nós pagamos pelo desperdício que provocamos na instituição pública”.
Na avaliação da superintendente de Educação Ambiental da Sema, Vânia Guedes César, a administração pública realmente coloca na sua pauta a adoção de medidas que visam menor consumo ou otimização dos recursos, com utilização de sistema de captação de água da chuva, construções sustentáveis e que permitam a utilização de iluminação natural e menor gastos com energia elétrica, coleta seletiva, redução de consumo de equipamentos e infraestrutura e também a realização de compras sustentáveis. “Você sabia que os catadores nos informaram que há um tipo de copo descartável que não pode ser reciclado? Mas nem sempre quem é o responsável pelas compras da instituição pública tenha acesso a essas informações para fazer melhores escolhas”.