As metodologias e as implementações a serem feitas até 2014 visando o levantamento de informações acerca das florestas de Mato Grosso, dentro do Inventário Florestal Nacional (IFN), foram apresentadas na manhã da última dessa quinta-feira (17) pelo gerente executivo do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Daniel Piotto.
O evento aconteceu na sede da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt) e, dentre os temas de interesse do inventário estão os estoques de biomassa e carbono, a biodiversidade, a saúde e a vitalidade das florestas, o manejo florestal e a importância social que as florestas desempenham nos dias de hoje.
Piotto explicou que esta foi uma reunião de nivelamento de informações para poder contar com a colaboração do público-alvo que são o Governo do Estado e entidades como o Cipem, também de engenheiros florestais e de universidades. Dessa forma o inventário que está sendo implementado em todo o Brasil, desde 2011, vai fluir com mais agilidade através da troca de informações de cada ator desse processo.
Ao todo, segundo Piotto, são R$ 65 milhões a serem investidos no projeto de inventário nos nove estados da Amazônia Legal onde se insere Mato Grosso. O estado também receberá outro montante de recursos advindos de um projeto para o Cerrado, que gira em torno de R$ 35 milhões para os territórios que abrigam esse ecossistema. A meta do SFB é saber qual o real potencial da madeira no Brasil e quanto e como é tratada essa riqueza em cada unidade federativa.
O inventário é um instrumento previsto no Código Florestal e abrange todo o país de modo a possibilitar o monitoramento contínuo das florestas. Ele visa fornecer informações sobre os recursos florestais, naturais e plantados, servindo de subsídio à formulação de políticas públicas de desenvolvimento, uso e conservação.
O secretário de Estado do Meio Ambiente, José Lacerda, que esteve no evento, salientou que a cooperação entre Estado e União vai permitir uma troca e atualização da base de dados de ambos e, dessa forma, vai haver um fortalecimento para que haja políticas públicas mais eficazes do que as existentes. “Isso vai viabilizar o desenvolvimento não só ambiental como também econômico e social de Mato Grosso”, frisou Lacerda.
O diretor-executivo e a superintendente de Desenvolvimento Sustentável do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), respectivamente, Álvaro Leite e Sílvia Fernandes, também participaram do evento e irão repassar o plano de trabalho ao segmento madeireiro filiado.
Álvaro Leite acredita que esta é uma iniciativa inspiradora do Ministério do Meio Ambiente e do SFB. “Certamente esse trabalho vai nos orientar nas tomadas de decisões futuras. Por isso o Cipem está à disposição para ajudar no que for necessário para ajudar nesse levantamento”, comentou o diretor.
O levantamento
Os dados que integram o Inventário Florestal Brasileiro são obtidos por meio de coleta em campo, em pontos pré-definidos, chamados de pontos amostrais, distantes 20 quilômetros um dos outros. Em Mato Grosso, o planejamento envolve mais de 1.200 desses pontos. O SFB conta com recursos do Fundo Amazônia para realizar o Inventário na região Noroeste do estado, onde predomina o bioma amazônico. A região integra o arco do desmatamento, que terá prioridade no que diz respeito à realização do inventário na Amazônia Legal.