Representantes de bacias hidrográficas de Mato Grosso participaram do Workshop Pegada Hídrica em Bacias Hidrográficas Brasileiras: Primeiros Resultados e Futuros Desafios para a Gestão de Recursos Hídricos. O evento realizado no Campus da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos (SP), teve como objetivo discutir e elaborar conclusões e recomendações, a partir dos primeiros resultados sobre pegada hídrica do Projeto Água Brasil.
De acordo com os técnicos, dentro de uma visão estratégica de longo prazo para a Governança da Água, o monitoramento da pegada hídrica de produtos fabricados dentro de cada divisão territorial denominada bacia hidrográfica pode servir como um importante instrumento no processo de tomada de decisão tanto em nível local, através dos comitês de bacias hidrográficas, como nas esferas municipal, estadual e federal, sobre a alocação do uso da água.
O evento contou com a participação de representantes das bacias do Xapuri, Pipiripau, Peruaçu, Longá, Lençóis, Guariroba, Sepotuba e Cancã-Moinho e outros convidados envolvidos com o tema indicados pela Fundação para Incremento da Pesquisa e do Aperfeiçoamento Industrial (Fipai/USP).
O representante do Comitê da Bacia Hidrográfica Sepotuba, Décio Elói Siebert, participou do Workshop. Segundo ele, a primeira parte do evento foi voltada ao nivelamento de informações entre os participantes, com a apresentação dos resultados do cálculo da pegada hídrica, avaliação de sustentabilidade e proposição de medidas mitigadoras para as bacias hidrográficas. No segundo momento, houve uma discussão técnica sobre as medidas de redução e mitigação da pegada hídrica entre os participantes envolvidos, no sentido de colher contribuições, sugestões e comentários para a confecção de relatório conclusivo.
O consultor do projeto Água Brasil, da Escola de Engenharia da USP, Eduardo Mario Mediondo, apresentou a situação das bacias hidrográficas em estudo, inclusive da Bacia do Sepotuba, especialmente sobre a situação das Bacias do Queima-Pé e Ararão. “Tivemos a oportunidade de conhecer os trabalhos que estão sendo desenvolvidos com Pegada Hídrica, que certamente contribuirão em muito para as atividades que o CBH Sepotuba pretende desenvolver na área de abrangência da sua bacia”, explicou Décio Siebert.
O evento foi realizado pela Fipai/USP e WWF, com apoio do Programa Água Brasil (Banco do Brasil, Fundação Banco do Brasil e Agência Nacional de Águas-ANA).
PEGADA HÍDRICA
O consumo de água no planeta está ligado às diversas funções da água, tanto no cotidiano das pessoas, como na produção de alimentos, roupas, papel e entre outros. Para medir esse consumo um dos indicadores é a chamada pegada hídrica, que mede e analisa a quantidade de água gasta para fabricar um produto, além de aferir o consumo individual das pessoas em todo o mundo.
A pegada hídrica é dividida em três tipos: a azul, que mede o volume das águas de rios, lagos e lençóis freáticos, usualmente utilizadas na irrigação, processamentos diversos, lavagens e refrigeração; a pegada hídrica verde, que se relaciona à água das chuvas, necessária ao crescimento das plantas; e a pegada hídrica cinza, que mede o volume necessário para diluição de um determinado poluente até que a água em que este efluente foi misturado retorne às condições aceitáveis, de acordo com padrões de qualidade estabelecidos.