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SEMA
Publicado: Segunda, 13 de Dezembro de 2010, 04h00 | Última atualização em Sexta, 12 de Julho de 2019, 15h54 | Acessos: 13387 | Categoria: Notícias

A metodologia utilizada neste trabalho consistiu no cruzamento da base de dados geográficos da SEMA-MT e demais órgãos, contendo informações de propriedades rurais cadastradas, Terras Indígenas (Funai), Unidades de Conservação (ICMBio e SEMA) e assentamentos de reforma agrária (INCRA), com os focos de calor (INPE), por meio do software ArcGis®. Os resultados obtidos permitiram a realização de inferências sobre o perfil das queimadas no Estado no período analisado.

 

Detecção de Focos de Calor por Sensoriamento Remoto

A grande extensão territorial do estado de Mato Grosso, com 903.357,91 km2 (IBGE, 2009), aliada ao grande número de ocorrências de queimadas observadas principalmente na última década, seja em ambientes de cerrado ou floresta, faz do sensoriamento remoto por satélite a mais importante forma de monitoramento de focos de calor.

O Instituto de Pesquisas Espaciais – INPE, operacionalizou a técnica de detecção de focos de calor, cujas informações integram um sistema de informações geográficas, disponibilizado na rede internet em tempo quase real, dados proveniente de satélites polares e geoestacionários dotados de sensores óticos que operam na faixa termal média de 4um, os quais detectam a energia emitida por corpos em chamas (INPE, 2008).

Tais dados apresentam-se em forma de elementos de imagens, denominados de pixels, onde cada pixel correspondente a uma determinada área da superfície terrestre, cuja dimensão depende das características de cada satélite. Os de órbita polar, como os da série de satélite NOAA que utilizam radiômetro AHVRR (Advanced Very High Resolution Radiômeter) e os TERRA / AQUA com sensor MODIS (MODerate – Resoution Imaging Spectroradiometer), apresentam resolução aproximada de 1 km2 (1km x 1km). Os geoestacionários como os satélites da série GOES (Geostationary Operational Environmental Satellite), tendo a bordo o radiômetro VAS (Visible Infrared Spin Scan Radiometer Atmosfheric Sounder), apresentam resolução aproximada de 16 km2 (4km x 4km) (INPE, 2008).

Os satélites polares, de melhor resolução espacial, detectam focos de calor com dimensão mínima de 30m x 1m e circulam em torno do globo terrestre 16 vezes ao dia de pólo a pólo, produzindo duas imagens globais diárias. Já os geoestacionários da série GOES, apesar de terem como fator limitante a detecção dos focos de calor com o dobro da dimensão dos polares e apresentarem imprecisão na localização de seus focos, fornecem alta resolução temporal, o que permite o acompanhamento diário da trajetória da queimada pelo número e extensão de seus focos de calor, bem como o estudo da abrangência e tendência da fumaça resultante da emissão coletiva dos focos detectados (FREITAS, 2005).

Tais características levam a duas situações, em um pixel, podem ocorrer várias queimadas pequenas e uma queimada de grande dimensão pode ser detectada por vários pixels. Assim, o dado de foco de calor, ou pixel de queima, detecta a existência de fogo, de extensão mínima de 30m por 1m de largura, não precisando a área afetada pela queimada, no entanto, constitui em uma informação importante de indicação de ocorrência da queimada, principalmente àquelas de grande dimensão.

Portanto, foco de calor pode ser definido como um pixel que emite energia, principalmente na faixa termal-média de 3.7um a 4.1um do espectro ótico. Utilizam-se as imagens que tenham esta faixa característica. Nelas selecionam-se os pixels (elementos de resolução) com maior temperatura, em geral saturando o sensor.

Também devido às características da resolução do pixel, pode ocorrer imprecisão quanto à localização dos focos de calor. No caso das imagens que apresentam resolução de 1km2, os trabalhos de validação indicam um erro médio aproximado de 400m, com cerca de 80% dos focos localizados em um raio de 1km da coordenada indicada (INPE, 2008).

Segundo o INPE (2008) existem ainda, diversos fatores que impedem ou prejudicam muito a detecção dos focos de calor, dentre eles destacam-se:

  1. Frentes de fogo com menos de 30 m;
  2. Fogo apenas no chão de uma floresta densa sem afetar a copa das árvores;
  3. Nuvens cobrindo a região ou queimada de pequena duração ocorrendo entre as imagens disponíveis;
  4. Fogo em uma encosta de montanha, enquanto que o satélite só observou o outro lado.

O sistema de detecção de focos de calor vem se desenvolvendo desde 1987 e foi aperfeiçoado a partir de 1998, com o apoio do programa nacional PROARCO do Ministério do Meio Ambiente, objetivando controlar as queimadas e o desmatamento na Amazônia.

Em agosto de 2007 foi desativado o satélite NOAA 12, considerado “satélite de referência”, que no caso de Mato Grosso, continha uma série de dados com maior número de detecções de focos de calor, entre 1999 e 2004, passando a segundo maior detector até 2006 e sua desativação em 2007.

O INPE diante da necessidade de manter uma série de dados compatíveis com o NOAA 12 vem, por meio de operadores, modificando os filtros do algoritmo de detecção automática do NOAA 15 para valores menos restritivos e livres de um maior número de ruídos nas imagens, com resultados de detecção equivalente ao imageador NOAA 12, tendo em 2008, o NOAA 15 assumido o primeiro lugar entre os maiores detectores do estado. Contudo, atualmente (set 2010) o INPE divulgou uma nota esclarecendo que o NOAA 15 Noite não será mais o satélite de referência, este será substituído pela NOAA 16 Noite.

Neste sentido, visando não subestimar a ocorrência de queimadas, os dados utilizados no presente relatório foram obtidos por meio da soma dos focos de calor de todos os satélites. Contudo, deve-se ressaltar que, ao utilizarmos os dados de todos os satélites, poderá haver redundâncias, todavia estes dados indicarão de forma mais completa a dinâmica da distribuição espacial dos focos de calor no estado.

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