O Governo do Estado de Mato Grosso, com o lançamento da campanha “Mato Grosso sem Fumaça”, mais uma vez demonstra a preocupação não só com o meio ambiente, mas também com a saúde da população exposta aos poluentes atmosféricos que contribuem diretamente para o aumento no número de internações por doenças do aparelho respiratório.
Segundo o biólogo Wagner Luiz Peres, técnico do Programa VIGIAR/MT da Secretaria de Estado de Saúde, o monitoramento de poluentes Material Particulado (PM 2,5), Monóxido de Carbono (dados do CPTEC/INPE) e internações por doenças aparelho respiratório vem sendo realizado desde 2007 e intensificado principalmente nesse período de queimadas.
O Boletim VIGIAR/MT que monitora a qualidade do ar em todo o Estado é emitido duas vezes por semana e disponibilizado pelo endereço http://saude.mt.gov.br, além de ser enviado para as 16 Regionais de Saúde. Para Wagner Peres, o Boletim é importante tendo em vista que disponibiliza dados de poluentes nos 141 municípios e orienta a população quanto aos principais cuidados a serem tomados, tanto com a saúde quanto com o meio ambiente. Em paralelo, o mesmo trabalho é realizado pelas Regionais de Saúde que monitoram a qualidade do ar dos seus respectivos municípios de abrangência.
Wagner Peres lembrou que “a SES-MT coloca à disposição dos gestores municipais de saúde e da população informações referentes à qualidade do ar em cada um dos 141 municípios e que é importante que essas informações e os cuidados com a saúde sejam repassados à população para que ela fique instruída quanto às melhores formas de proteger a sua saúde em situações em que os níveis de Monóxido de Carbono e Material Particulado podem prejudicar a qualidade de vida dos moradores de Mato Grosso”.
A Saúde do Estado reforça, também, os alertas dados pela Defesa Civil de Mato Grosso (DC/MT) quanto à atenção aos indicadores da qualidade do ar e quanto ao índice de Umidade Relativa do Ar que, segundo a DC/MT, continua abaixo de 20%, quando o recomendável é de 80 a 90%. A população deve evitar a prática de exercícios físicos a ar livre entre 10h e 16h e tomar medidas para umidificar o ambiente, através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água dentro dos aposentos e regar os jardins duas vezes por dia.
Sempre que possível, as pessoas devem aumentar a ingestão de líquidos, trajar roupas leves, fazer refeições leves, evitar banhos mornos ou quentes e o uso excessivo de sabonete (com o objetivo de não prejudicar a oleosidade natural da pele).
Também é recomendável suprimir exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10h e 16h, evitar aglomerações em ambientes fechados e procurar ajuda médica caso olhos e narinas apresentarem irritação.
A SES vem desenvolvendo outras atividades no Estado, a exemplo do Projeto de Biomonitoramento, em cooperação técnica com o Instituto Nacional de Análise Integrada de Risco Ambiental – INAIRA (MS/MCT/USP/CNPq) que apontou no município de Mirassol D’Oeste que as internações por doenças respiratórias podem estar relacionadas à queima de biomassa.
O biólogo destaca ainda que outros estudos vêm sendo realizados em diversos municípios, sendo o mais recente apresentado como conclusão do curso de Especialização em Saúde da Família, promovido pela Escola de Saúde de Mato Grosso (ESPMT), em que a aluna/enfermeira Luana Leão Santos apresentou estudos referentes aos poluentes atmosféricos e a relação com o incremento de doenças respiratórias no município de Confresa-MT.
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