O secretário de Estado do Meio Ambiente, Vicente Falcão de Arruda Filho, reuniu na tarde desta quinta-feira (12.07), no Auditório Pantanal, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), representantes de órgãos e instituições da esfera estadual e federal, que integram o Comitê Estadual de Gestão do Fogo (CEGF).
A reunião serviu para avaliar os números e discutir o plano integrado de combate às queimadas e incêndios florestais em Mato Grosso para este ano.
De acordo com o secretário, a atuação na prevenção, monitoramento e combate aos incêndios florestais e queimadas é uma ação integrada, que ano a ano vem sendo aperfeiçoada no Estado.
Na abertura da reunião, Vicente Falcão lembrou aos participantes que a responsabilidade em relação às ações é de todos e, portanto, é necessário que elas sejam fortalecidas. “As queimadas e incêndios florestais não são responsabilidade somente da Sema ou do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil. Temos que buscar integrar as ações e o envolvimento de todos, com o objetivo de ampliar a conscientização e sensibilização da sociedade com relação aos problemas causados pelas queimadas à saúde da população e ao meio ambiente”.
O secretário falou também da importância da participação dos municípios nesse esforço, em especial no combate aos incêndios florestais em suas áreas de responsabilidade, e lembrou que em 2011, o envolvimento dos municípios foi fundamental para que Mato Grosso reduzisse em 65% (sessenta e cinco por cento) o número de focos de calor em relação ao ano de 2010, contribuindo para um meio ambiente mais saudável e melhor qualidade de vida para a população mato-grossense.
Desde 2007 o Estado vem promovendo e implementando, em conjunto com os órgãos componentes do Comitê Estadual de Gestão do Fogo, ações de prevenção, monitoramento e controle das queimadas e dos incêndios florestais, visando reduzir a incidência desses eventos em Mato Grosso. No período de estiagem, que vai dos meses de julho a setembro, as ações são intensificadas visando coibir a prática no período mais crítico estabelecendo a proibição de queima, de 15 de julho a 15 de setembro. Nesse período não é liberada nenhuma autorização pelo órgão ambiental.
NÚMEROS
Durante a reunião, a superintendente de Monitoramento de Indicadores Ambientais (SMIA) da Sema, Elaine Corsine apresentou dados dos últimos cinco anos (2007, 2008, 2009, 2010 e 2011) em relação às queimadas e incêndios florestais no Estado. “O objetivo é que possamos olhar para esses dados e pensar como será a atuação das instituições”, explicou.
Entre os dados apresentados estão os dez municípios que mais queimaram ao longo desses últimos anos, no período proibitivo. Em 2007, São Feliz do Araguaia (com 8.952 focos), Vila Rica (8.378 focos) e Cocalinho (7.831 focos) estavam no topo da lista onde foram detectados os maiores números de focos de calor.
Já em 2011, Cáceres (com 7.091 focos), Poconé (3.927), Nova Ubiratã (3.242 focos) e Marcelândia (3.080 focos) foram os municípios com maiores números de focos de calor.
Também foi apresentada a distribuição dos focos de calor por áreas de ocorrência. Em 2007, foram detectados 22.382 focos de calor em Terras Indígenas (o que corresponde a 2% dos focos, no período proibitivo); 8.601 focos em Unidades de Conservação (4%); 36.732 em Assentamentos do Incra (14%); 64.151 focos em áreas cadastradas no banco de dados da Sema (CAR e LAU), correspondendo a 25% dos focos detectados e 121.461 focos (48%) nas demais áreas.
No ano passado, 11.254 focos foram detectados nas Terras Indígenas; 2.477 nas Unidades de Conservação; 8.528 focos em Assentamentos do Incra, 23.461 em áreas cadastradas e 43.803 focos nas demais áreas.
Outro dado apresentado na reunião do Comitê de Gestão do Fogo mostra o trabalho de monitoramento realizado pela Sema, nos últimos anos, durante o período proibitivo. Em 2008, a Sema monitorou 48,92% da área total do Estado o que corresponde a 1.484.500 hectares de área queimada em 91 municípios. No ano seguinte foram 46,65% da área total do Estado, 520.504,20 hectares em 95 municípios.
Em 2010, a Sema monitorou 54,6% da área total do Estado, 5.157.655,45 hectares em 99 municípios e em 2011, foram 53,63% da área total do Estado, o que corresponde a 750.849,72 hectares queimados em 110 municípios.
Oficiais do Corpo de Bombeiros Militar apresentaram ainda o Projeto Bombeiros Florestais de Mato Grosso, aprovado pelo Fundo Amazônia e que visa adquirir os meios necessários para especializar algumas unidades existentes na área de floresta Amazônia, no combate aos incêndios florestais.
O projeto prevê ações de capacitação; de melhoria na estrutura do Centro Integrado de Multiagencias de Coordenação Operacional (Ciman); aquisição de veículos, aeronaves e equipamentos específicos de prevenção e combate aos incêndios florestais; a construção de uma Base de Operações Aéreas e Terrestres em Sinop, entre outras.
PLANO INTEGRADO
O Plano Integrado de Prevenção às Queimadas e Combate aos Incêndios Florestais instituído em 2008 é parte integrante do Plano Estadual de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas no Estado de Mato Grosso – PPCDQ/MT.
Seu principal objetivo é fortalecer as ações de prevenção, preparação, resposta rápida e responsabilização em relação às queimadas ilegais e incêndios florestais, de forma integrada e participativa com os diversos órgãos do Estado, municípios, entidades não-governamentais, iniciativa privada e sociedade em geral visando a redução e a minimização dos danos humanos, materiais e ambientais e prejuízos econômicos e sociais ao meio ambiente e a população.
No ano passado, de janeiro a dezembro, foram registrados pelos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) 89.523 focos de calor em Mato Grosso, enquanto que no período de 01 de julho a 15 de outubro (período proibitivo para queimadas no Estado), foram 62.301 focos.
Números bem abaixo dos registrados no ano anterior. Em 2010, o Inpe registrou no Estado 279.807 focos no período de janeiro a dezembro, e 238.636 focos no período de 01 de julho a 15 de outubro de 2010.
Em 2011, o Estado reduziu no ano, 68,01% o número de focos de calor em relação a 2010, e 73,89% o número de focos no período proibitivo.
Participaram da reunião a secretária-adjunta de Mudanças Climáticas da Sema, Suely Bertoldi, as superintendentes de Educação Ambiental, Vânia Márcia Montalvão Guedes Cesar e de Monitoramento de Indicadores Ambientais, Elaine Corsine, representantes do Ibama, das secretarias de Estado de Educação (Seduc), de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf), de Comunicação Social (Secom), Corpo de Bombeiros Militar, Empaer, Intermat, Indea e Famato.
