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SEMA
Publicado: Quinta, 22 de Março de 2012, 20h34 | Última atualização em Sexta, 12 de Julho de 2019, 17h29 | Acessos: 712 | Categoria: Notícias
DivulgaçãoGomeraldo_-_artigo_31_editado
Gomeraldo de Barros

Se não fosse cômico, hilariante e preocupante, a reposta certa seria: “ESGOTO DE MARÇO”! Todos os córregos, ribeirões, nascentes e as drenagens de águas pluviais que eram saudáveis, hoje são portadores e condutores da poluição e da contaminação que compromete a vida do rio Cuiabá, esse que foi o berço da cultura, pai da história e o responsável pela vida aqui no CENTRO GEODÉSICO DA AMÉRICA DO SUL.

Virar as costas para essa DÁDIVA DE DEUS é covardia, pois ela sempre sustentou, alimentou e amamentou gerações. Este Deus o qual o poeta escreve ser brasileiro e, que o caboclo descreve, ser brasileiro-matogrossense-cuiabano, e ELE está no meio de nós.

Neste período QUARESMAL é oportuno, e “nossotros” em reflexão devemos dobrar os joelhos no chão e ao CRISTO a ressurreição, e para o rio Cuiabá, a revitalização. Acreditando na força da oração devemos com coragem abandonar o tal “PLIM–PLIM” da globalização, e resistir as facilidades, as futilidades e as banalidades mortíferas do consumismo, que enganam suas vítimas levando-as cada vez mais ao malfadado vício do desperdício, maldade deste século.

Esse descontrole provoca um corre-corre fantástico na busca das facilidades e da felicidade temporária e temporal, causa uma confusão generalizada, seguindo o modelo do ritual satânico do descartável e, haja consumo, haja desperdício, haja lixo, haja entulho, haja deslizamento, haja erosão, haja alagamento, haja assoreamento, e em conseqüência a morte anunciada de riachos e rios.

A permanecer esse “Status Quo”, em breve esta geração sofrerá ainda mais com a escassez de água, e ver-se-á obrigada a mudar os métodos, os hábitos, e os seus costumes serão outros, devendo ser empurrados “goela abaixo” para o consumo, os estoques de bichos peçonhentos; mosquitos; baratas; lombrigas; óleos; graxas; metais pesados; ratos e outros.

         E, por falar em ratos, inicia-se uma discussão: Reabre ou não o córrego da Prainha? Uns querendo a reabertura para mostrar onde, o que e o quanto foi jogado pelos ralos. Outros querendo mantê-lo coberto para encher ainda mais suas “burras”, pois precisam manter as drenagens soterradas, as bocas de lobo entupidas e os bueiros afogados provocando os sérios alagamentos e entupimentos que causam um caos generalizado.

Além disso, alguns bichos para não serem mais molestados, dizem que estão escondidos dentro do córrego, e fazem lambanças ao lado de: bagres ensaboados, negrinho d’água, cobras criadas, até o famoso minhocão, segundo um ribeirinho, foi visto entrando na Prainha.

O fato é que a reabertura do córrego possibilitaria sua recuperação e ele se tornaria transparente e perfumado para receber os modernos trilhos do VLT (Veículo Leve sobre Trilho).

Das mudanças globalizadas e das inversões de valores verificadas, pode-se extrair algum resultado. Com a palavra os pioneiros da reciclagem, detentores que são de tecnologia de ponta, redesenham, e projetam ações para a revitalização das matas ciliares, das nascentes, das lagoas, das várzeas, dos córregos, dos rios...

Cumpridas essas metas a VERDE METRÓPOLE, estará preparada para os eventos nos diversos setores e poderá oferecer, ao exigente paladar gastronômico, exóticas e afrodisíacas novidades como: croquete de xum–xum e tuvira do Coxipó; caramujo moído do Moinho; rã frita do Barbado; sequilhos de lombriga do Mané Pinto; revirado de peçonhento da Prainha; cágado assado do Bandeira recheado com farofa de mosquito dengoso; saschimi de cambatuá do Gumitá; paçoca de lombriga da Boca do Santana; botoado sapo ensopado do Pari; angu de lombriga do ribeirão do Lipa; muçum encapado com ovo de Silimbu do São Gonçalo; rapa canoa ao limbo de muçum cavalo da Boca do Valo; caldeado de bagre sapo do Gambá, entre outras iguarias.

O interessante é que todos os petiscos acima são acompanhados de água Pau Rodado, bem gelada, e de graça, com ou sem gás. E para relaxar “Puxa-puxa” para adoçar. Tudo isso na mais perfeita ordem e harmonia para o bem de todos, de tudo e para redenção da história e da estória da “Veneza Cuiabana”.

No dia 22 de março, quando se comemora o Dia Mundial da Água, devemos parar, pensar e refletir: HÁguas ou ÉSgoto de Março?

 

Gomeraldo Santos Pedroso de Barros é cuiabano - “caboclo ribeirinho”, Engenheiro Agrônomo - formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e Assessor de Gestão Ambiental da Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana de Mato Grosso (Setpu).

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