Cerca de 200 estudantes do Ensino Médio da Escola Estadual Presidente Médice, em Cuiabá, debatem ações em busca de uma economia mais verde, pautada em práticas construídas por uma sociedade que adote condutas de sustentabilidade. O debate ocorrido nesta quarta-feira (21.03) envolvendo o segmento da educação é parte do 1º Ciclo de Debates sobre “Qual a economia que queremos?”.
O evento em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc/MT) e a Rede Mato-grossense de Educação Ambiental (REMTEA) e foram coordenados pela professora doutora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Michele Sato.
Os princípios norteadores da educação no Estado já agregam ações pedagógicas que possibilitam a reflexão sobre o meio ambiente. “Que sociedade estamos formando? Atuamos na formação de cidadãos que necessitam estar cada vez mais conscientes de que o consumo desenfreado terá consequências globais”, pontua a secretaria-adjunta de Políticas Educacionais da Seduc, Fátima Resende.
Representando o Grêmio Estudantil da unidade, Fernanda Cristine, de 16 anos, avalia que o debate deve ser levado para sala de aula e disseminado entre todos os alunos. “Não vamos só falar. Temos, também, o dever de ajudar. Levar as propostas que aqui surgirem para os alunos do Ensino Fundamental também. Envolver todo mundo na discussão”.
Lúcia Shiguemi, da REMTEA, defendeu durante o evento a necessidade de envolvimento dos estudantes sobre o tema e frisou que a instalação de ‘Coletivos Jovens’ é um caminho para esse trabalho. ‘Precisamos da juventude. Discutimos o futuro’.
A gerente da Educação Ambiental da Seduc, Giselly Gomes, explica que esse é o momento de repensar o que aconteceu ao longo de 20 anos (desde a ECO 92). “Faremos uma balanço desse período. Precisamos ouvir os mais distintos segmentos para a construção de propostas”. Durante o período vespertino os estudantes sistematizarão quais as ações devem ser colocadas em prática para a economia que, realmente, se deseja. O desmatamento, o uso excessivo de agrotóxicos, formas agressivas de plantio, o desrespeito às reservas indígenas, queimadas, a produção de lixo, e a poluição foram tópicos discutidos.
A partir dos debates que serão promovidos até o dia 1º de junho – envolvendo segmentos distintos da sociedade - será elaborado uma Carta que será levada para a Cúpula dos Povos, que acontecerá paralelamente a Rio+20 e proporcionará os debates das causas estruturais da crise ambiental mundial propondo alternativas para mudança do atual cenário.
O presidente do Sindicato dos Profissionais do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Gilmar Soares, representantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), do Centro Burnier de Fé e Justiça e do Movimento Economia Solidária, também estiveram presentes a abertura do evento.
Saiba Mais
Cúpula dos Povos: paralelamente a Rio+20, entre 15 e 23 de junho, a Cúpula dos Povos receberá cerca de dez mil representantes de diferentes entidades e movimentos sociais. O objetivo do grande encontro será transformar a conferência em um espaço de intensa reflexão e debate sobre temas que dizem respeito, sobretudo, à mercantilização de recursos naturais. Mais informações no site http://cupuladospovos.org.br