Em cerimônia realizada na manhã desta quinta-feira (08.03), no Presídio Central do Estado (PCE), 300 reeducandos da Escola Estadual Nova Chance, que funciona dentro da unidade, receberam kit’s escolares, com pastas e mochilas fabricadas com material reciclado. Para confeccionar os kit’s, foi utilizado isopor das marmitas servidas no presídios da capital, além de outros materiais recicláveis.
Conforme a diretora executiva da Fundação Nova Chance, Mônica Rodrigues Souza, os kit’s foram produzidos como ação do projeto 'Recicle e Renove'. “É uma parceria entre a Secretaria de Estado de Direitos Humanos (Sejudh), através da Fundação Nova Chance, com a empresa de reciclagem Recicle e Renove, especializada em reaproveitamento de materiais e fabricação de produtos sustentáveis”, explicou Mônica. As pastas e mochilas são os primeiros exemplares feitos através do projeto, implantado há apenas 2 meses na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá.
“Hoje, 18 reeducandas já foram capacitadas para fabricar mochilas e pastas com materiais recicláveis”, explicou o diretor da empresa Recicle e Renove, Jean Carlos de Oliveira, salientando que no total serão distribuídos 600 kit’s, sendo 300 para o Presídio Central do Estado (PCE), 100 para o Presídio Feminino e 200 para o Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC).
Segundo o empresário, a intenção é estender a produção para outros presídios do Estado. “Os homens também serão incluídos no projeto. Inicialmente, começaremos com 15 a 20 reeeducancos da PCE. A produção será comercializada e futuramente fundaremos uma Associação para os reeducandos e suas famílias trabalharem com produtos oriundos da reciclagem”, destacou.
O diretor da PCE, Pedro Pio, salientou que, através da parceria com a empresa Recicle e Renove, foi possível entregar os kit’s aos reeducandos. “A única forma de conseguirmos a ressocialização é através da educação e do trabalho”, declarou. Já o secretário adjunto de Administração Penitenciária da Sejudh, Clarindo Alves de Castro, disse que a parceria é essencial. "Os projetos desenvolvidos dentro das unidades prisionais são importantes para reduzir os índices de reincidência. Nosso objetivo é levar esta iniciativa para outras unidades do Estado.”
Para os reeducandos Alexsandro Gomes da Cruz e Edeilton de Oliveira Paiva, estudar dentro de presídio é muito importante. “Além de eu estar aprendendo aqui o que não aprendi lá fora, haverá a redução de pena. É uma oportunidade de evoluir, para mim e para minha família”, disse Alesxandro. Já Edeilton declara que estudar dentro do presídio é um incentivo para continuar estudando depois que deixar a prisão. “Daqui a pouco tempo eu irei embora e pretendo continuar com meus estudos.”
O reeducando Júlio Iglesias Martins Santana lembrou que a oportunidade de estudar representa uma mudança de vida. "Quero voltar para a sociedade e para a minha família. Como hoje é o "Dia Internacional da Mulher", aproveito para desejar toda a felicidade para minha mãe, Maria da Conceição," declarou.
Os reeducandos que trabalharem no projeto receberão ajuda financeira, equivalente a ¾ do salário mínimo, após o treinamento, e redução de 1 dia a menos da pena para cada 3 dias trabalhados. A cerimônia de entrega dos kit’s contou com apresentação dos grupo de louvor Campeões de Jeová e Levitas de Israel, ambos da PEC.
