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SEMA
Publicado: Quinta, 15 de Setembro de 2011, 18h53 | Última atualização em Sexta, 12 de Julho de 2019, 17h50 | Acessos: 1770 | Categoria: Notícias

Campos de Julio

 

Projeto de Gestão Ambiental na Bacia dos Rios Juruena e Teles-Pires

Este projeto demonstrativo serve como referência sobre a dificuldade de implantar ações de recuperação sem parceiros atuando em conjunto. A sub-bacia dos rios Juína e Formiga, onde está inserido o município de Campos de Júlio, reúne 140 propriedades rurais com processo de licenciamento ambiental na SEMA, a maioria destas com degradação das matas ciliares.

Apesar dos esforços da SEMA em sensibilizar e envolver nas atividades do projeto os proprietários rurais, bem como a Prefeitura Municipal, o Sindicato dos Produtores Rurais e a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (APROSOJA), somente um proprietário se propôs a desenvolver o trabalho com a SEMA.

O projeto, que teve a execução iniciada em 2007, previu atividades relacionadas com a conservação de recursos aquáticos (superficiais e subterrâneos) e remanescentes de vegetação nativa, o manejo dos solos e a recuperação das áreas degradadas por atividade agrícola, com ênfase nas matas ciliares de propriedades rurais cadastradas na SEMA.

A CMRAD coordenou a realização de três cursos de capacitação para a população, incluindo os proprietários rurais. No primeiro curso, intitulado "Noções Básicas sobre Revegetação em Áreas Degradadas" foram apresentadas informações sobre revegetação de áreas com matas ciliares degradadas, produção de sementes, instalação de viveiros, coleta e herborização de material botânico referente às árvores matrizes e os 44 participantes receberam certificado emitido pela SEMA.

Os dois outros cursos versaram sobre instalação de viveiros de essências florestais nativas e de técnicas de florestamento, com aulas teóricas e práticas. A parte teórica abordou a instalação do viveiro, o cultivo das mudas nativas e os diferentes tipos de florestamento. Na parte prática foram detalhadas as diferentes alternativas para a instalação do viveiro e técnicas para produção de mudas. Os cursos foram promovidos pelo Sindicato Rural de Campos de Júlio tendo como instrutora uma técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-MT). Colaboraram também a Câmara de Vereadores e a Prefeitura Municipal, além de patrocinadores particulares. O curso sobre viveiros resultou na instalação de uma casa de vegetação com 72 m2 e o último permitiu a produção inicial de mudas de várias espécies nativas.

Outras atividades realizadas foram a identificação e mapeamento das tipologias de vegetação e o levantamento florístico dos remanescentes de mata ciliar na sub-bacia do rio Formiga, área rural do município de Campos de Júlio. O objetivo foi identificar espécies para recomposição da vegetação das áreas protegidas degradadas na região. As tipologias observadas na região são: Floresta Estacional Semidecidual, Savana Florestada (cerradão), Savana Arborizada (cerrado s.s.), Savana Parque e Formação Pioneira (vereda). Foram identificadas nos remanescentes de vegetação 198 espécies de plantas, distribuídas em 65 famílias e 148 gêneros.

Foram iniciadas, então, as ações de recuperação em 10 hectares de matas ciliares degradadas na Fazenda Luar do Sertão, de propriedade do Sr° Marcos Antônio Marson e outros, usando técnicas de nucleação e plantio de mudas de espécies nativas.

A propriedade tem área total de 1.727,33 hectares, com 10 hectares de mata ciliar substituídos por culturas agrícolas. Em seu perímetro encontra-se uma das nascentes do Rio Formiga. A cobertura vegetal original correspondia a um cerrado sensu stricto e, atualmente, encontra-se ocupado pela soja. A proposta de recuperação da área de preservação permanente degradada na Fazenda Luar do Sertão, além da técnica convencional de plantio de mudas, envolveu diferentes técnicas nucleadoras, entre elas: poleiros artificiais, transposição de solo e serapilheira, transposição de plântulas arbustivo-arbóreas nativas do remanescente florestal.

Para proposição do uso de técnicas nucleadoras foi necessário observar se os remanescentes próximos teriam potencialmente um banco de sementes diverso e abundante, além de poder fornecer plântulas. Tais constatações foram feitas a partir de coletas de amostras de solo e de serapilheira e identificação de plântulas de espécies arbóreas dos remanescentes. Foram transpostas 250 plântulas (93 de cerrado e 157 de mata ciliar); os 120 m³ de solo foram distribuídos em 41 parcelas, com germinação do total de 68 plântulas em 38 destas, e foram plantadas 1.2220 mudas de espécies arbóreas nativas da região.

A implantação da proposta de recuperação teve início em janeiro de 2009, com monitoramento dos resultados a cada dois meses, e previsão de término em 2014 (05 anos). Em campo os técnicos realizaram as seguintes atividades de monitoramento: mensuração do crescimento das plântulas transpostas, das plântulas introduzidas em plantios, das plântulas das parcelas de solos e dos indivíduos com origem em regeneração natural; avaliação da germinação de plântulas sob os poleiros instalados; coleta de amostras dos indivíduos em regeneração nos transectos para identificação das espécies; avaliação da necessidade de tratos culturais (combate a formigas e as plantas invasoras); acompanharam as coletas de sementes nos remanescentes de vegetação e produção de mudas, pelos funcionários da propriedade, com objetivo de efetuar novos plantios.

 

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Parcela de solo e serrapilheira transpostos do Cerrado com dimensão de 1mX1m. Rebrotamento de de lobeira (Solanum licocarpum) nascida em parcela de solo
transposto de cerrado
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Parcela de solo e serrapilheira transpostos do Cerrado com dimensão de 1mX1m. Rebrotamento de de lobeira (Solanum licocarpum) nascida em parcela de solo
transposto de cerrado

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Transplante de plântulas do cerrado. Regeneração do remanescente de cerrado de onde foram retiradas as plântulas e as parcelas de solo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Coletores de sementes instalados em área de cerrado.

 

 

 

 

 

 

 

 

O acompanhamento foi interrompido em dezembro de 2009, mediante a realização indevida, pelo proprietário, de uma roçada mecanizada em toda a área do projeto. A ação cortou a maioria das plântulas com origem em sementes germinadas nas áreas com transposição de solo, aquelas resgatadas no interior dos remanescentes de vegetação e outras advindas da semeadura direta, bem como o rebrotamento de indivíduos que compunham a vegetação primária (por raízes gemíferas ou caules subterrâneos). Pressupõem-se ainda que a ação tenha afetado a colonização dos animais, por causa do barulho, da compactação e diminuição da cobertura vegetal sobre o solo. Assim, com o processo de recuperação pelas técnicas nucleadoras totalmente prejudicado pela ação, o monitoramento perdeu seu sentido.

A partir desta data a CMRAD, que coordenou a execução do projeto de janeiro a dezembro de 2009, repassa ao proprietário rural e responsável técnico a responsabilidade de recuperar a área degradada da Fazenda Luar do Sertão a partir de janeiro de 2009.

 

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Área sob recuperação gradeada em dezembro/2009
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