O superintendente de Fiscalização da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Paulo Ferreira Serbija disse nesta quinta-feira (30) que apesar da greve e mesmo sem a sua capacidade total, o setor está funcionando. “Cerca de 70% dos nossos servidores estão em atividade”.
Segundo o superintendente, em razão da paralisação e para não prejudicar o andamento das ações, a Fiscalização definiu como prioridades o atendimento aos danos ambientais em curso, a fiscalização dos pontos de desmatamento detectados pelo Deter, o cumprimento das ordens judiciais e, o monitoramento dos locais vulneráveis às queimadas e incêndios florestais em razão da proximidade do período critico (nas condições climáticas) na região Centro Oeste.
Em relação às informações divulgadas nesta quinta-feira (30) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), sobre os dados levantados pelo Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) relativos ao mês de maio, o superintendente disse que a Sema continuará a realizar o trabalho de fiscalização. “Inclusive estamos agora iniciando uma operação na Região Médio Norte do estado focando a extração ilegal de madeira”.
Os dados do Deter/Inpe divulgados hoje apontaram uma redução de 77% nas áreas desmatadas em Mato Grosso no mês de maio em relação ao mês de abril. Em abril o desmatamento no estado apresentou 405,5 km2 enquanto no mês de maio esse número foi de 93,7 km2. Apesar da redução, o número ainda é alto.
De acordo com o relatório de avaliação do Inpe, baseado nos dados do Deter foram identificados na Amazônia Legal 267,9 km² de desmatamento em diversos estágios - número 44% menor que em abril de 2001 e 144 % maior que em maio de 2010. Mato Grosso lidera o desmatamento em maio, seguido de Rondônia (com 67,9 km²), Pará (65,5 km²) e Amazonas (29,7 km²).
Segundo o relatório, a cobertura de nuvens, geralmente intensa na região, atrapalhou a análise dos técnicos do Inpe. No mês de maio, por exemplo, ela impediu que 32% do território amazônico fosse avistado.
Para os técnicos do órgão ambiental estadual as áreas de mata nativa que foram derrubadas em Mato Grosso são motivos de preocupação daí a intensificação no monitoramento dessas áreas. Para viabilizar não só as ações preventivas como o monitoramento, mas também a fiscalização, nesta sexta-feira (01.07), às 9 horas, no Auditório Pantanal (da Sema), a coordenação operacional do Centro Integrado Multiagencias (Ciman/MT), composta por técnicos do Ibama/Prevfogo, ICMBio, Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema/MT), Corpo de Bombeiros Militar/MT e Defesa Civil Estadual/Casa Militar, realizam a sua 4ª reunião ordinária.
Durante a reunião, será discutido o planejamento das ações de Prevenção às Queimadas e Combate aos Incêndios Florestais no Estado de Mato Grosso/2011 em relação à Estruturação da Sala de Situação e Assuntos gerais.
DETER – O Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) identifica e mapeia áreas desflorestadas em formações florestais na Amazônia. Esse sistema utiliza imagens dos sensores Modis, a bordo do satélite Terra, da Nasa, e imagens do WFI, a bordo do satélite brasileiro CBERS-2B do Inpe. Esses sensores cobrem a Amazônia com alta freqüência temporal, de dois e cinco dias, respectivamente, mas com resolução espacial limitada de 250 metros e 260 metros (WFI).
De acordo com o Inpe, o Deter é uma ferramenta de suporte à fiscalização e não para fornecer um mapa fiel do desmatamento mensal da Amazônia, em função da resolução pouco detalhada dos satélites utilizados e da cobertura de nuvens, variável de um mês para outro.
A vantagem desse sistema está na rapidez com que o Deter é capaz de detectar novos desflorestamentos, possibilitando gerar em um curto período de tempo, dados para a fiscalização. Essa agilidade dá a possibilidade de conter os desmatamentos antes que o mesmo tenha se completado.
