Diante dos novos números do INPE, que apresentam 593 quilômetros quadrados de desmatamento, sendo cerca de 480 apenas em Mato Grosso, de março a abril deste ano, o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso - CIPEM repudia a situação atual que se configurou no Estado.
O aumento exagerado nos índices de desmatamento, alterando o padrão que vinha sendo estabelecido nos últimos anos, leva a crer que há uma corrida pela devastação com vistas a uma possível anistia, a partir da aprovação do novo Código Florestal.
O presidente do Fundo de Apoio a Madeira de Mato Grosso (Famad), César Mazon, expressou sua indignação, “se querem acabar com o desmatamento, terão que conter esses produtores e pecuaristas, que se utilizam de correntões e conseguem recursos de agentes financiadores e de multinacionais. A maioria está fazendo isso, com expectativa de perdão no futuro. Além de devastar o meio ambiente, ainda penalizam Mato Grosso, que fica como o grande desmatado”.
O CIPEM havia se posicionado recentemente como não conivente com este avanço, fato que prejudica a atividade do manejo florestal sustentável e, sobremaneira a imagem do setor. Principalmente, diante das divulgações e de imagens que são associadas ao desmatamento, mostrando sempre, toras de madeira. Em coletiva na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), neste dia 19 de maio, para explicação dos números divulgados pelo INPE, Ramiro H. Martins Costa - superintendente do IBAMA destacou, “esta situação é um prejuízo enorme para o Estado, prejudica inclusive as áreas de potencial para o manejo florestal sustentável”.
Mais de 700 agentes, congregando esforços de várias instituições, estão na região amazônica do estado em fiscalização. 40 tratores de grande porte já foram aprendidos e as multas ultrapassam R$ 275 milhões de Reais. Dentro destas fiscalizações, segundo informações do IBAMA, grandes áreas de desmatamento podem ser fruto de especuladores imobiliários, que inclusive, são de fora do estado e buscavam oferecer as terras para agricultores desavisados quanto à questão ambiental.
Para o secretário de estado de Meio Ambiente, Alexander Maia, “esses especuladores não tem compromisso com o estado, como aqueles que vivem e produzem aqui”. O fato é que estes especuladores têm servido como vetores no processo de devastação, pois motivam produtores rurais a acompanhar o ritmo do desmatamento, o que acaba por ampliar o prejuízo ambiental, criando os grandes polígonos.
O CIPEM preocupa-se não só com a perpetuação da atividade de manejo florestal sustentável dentro de Mato Grosso, mas com a imagem de um setor, que não é de hoje, carrega e luta pela bandeira do desmate ilegal zero.
(Com informações da Ascom/Cipem)