CONATUS 2011
O turismo e a natureza possuem uma estreita relação de dependência. Pode-se dizer, inclusive, que o meio ambiente é a base de um amplo segmento do turismo, quando o homem desloca-se para outros lugares em busca do contato com a natureza, do desconhecido, da aventura e de novas culturas. Entretanto, toda atividade turística gera impactos, que podem ser negativos ou positivos, quer em termos ambientais como sociais.
Os impactos negativos de projetos turísticos incluem a degradação dos mesmos ambientes dos quais dependem para o êxito das suas iniciativas, colocando em risco suas operações e condições de sustentabilidade. Isso inclui, no campo social, por exemplo, as características das relações com as comunidades locais e a sociedade como um todo. Por outro lado, com bom planejamento, é possível gerenciar o desenvolvimento do turismo para minimizar seus impactos negativos e potencializar os benefícios para o ambiente e a sociedade.
Só assim, o turismo torna-se aliado da conservação da natureza e pode desempenhar um papel fundamental ao contribuir para a valorização de áreas naturais protegidas, a conservação de espécies-bandeira da fauna nativa, a sensibilização e educação ambiental do público visitante, a obtenção de recursos para a preservação ambiental e o desenvolvimento sócio-econômico local de forma sustentada.
Quando se fala em turismo e sustentabilidade, é preciso reconhecer a importância de planejar em longo prazo e utilizar indicadores de desempenho que avaliem aspectos econômicos, ambientais e sociais. Além disso, é preciso investir em práticas e tecnologias que permitam minimizar e monitorar os impactos negativos do turismo sobre o ambiente e as comunidades locais.
A sustentabilidade do turismo cada vez mais faz parte da agenda da Organização Mundial do Turismo(OMT), que define turismo sustentável como “aquele ecologicamente suportável em longo prazo, economicamente viável, ética e socialmente eqüitativo para as comunidades locais. Exige integração ao meio ambiente natural, cultural e humano, respeitando a frágil balança que caracteriza muitas destinações turísticas, em particular pequenas ilhas e áreas ambientalmente sensíveis”.
A questão da sustentabilidade também começa a ter ressonância na percepção do público turista.Afinal, boa parte dos lugares que despertam a curiosidade dos viajantes é frágil, finito e apresenta alto valor conservacionista. Assim é Mato Grosso, que reúne ambientes naturais de grande beleza e potencial turístico, como a Amazônia, o Pantanal e o Cerrado.
E neste cenário que a Fundação Neotrópica do Brasil, organização não governamental que se dedica, desde 1993, à conservação da natureza no Mato Grosso do Sul, junto com importantes parceiros, vai realizar o II Congresso de Natureza, Turismo e Sustentabilidade – CONATUS 2011, em Cuiabá - MT. Tomando por base a experiência e o sucesso alcançados em 2010, em Bonito - MS, esse será um evento, de uma série, que se propõem a ser referência para o turismo sustentável brasileiro.
Além disso, não há momento mais oportuno para as discussões e reflexões aqui propostas, visto os investimentos em turismo que antecederão a Copa de 2014 no Brasil e as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. É importante o planejamento cuidadoso, que gere bons e perenes frutos, preparando o Brasil para adentrar a indústria de turismo mundial de grande escala.